Em entrevista à TV Brasil, na sexta-feira (11), Bolsonaro sinalizou que o reajuste das carreiras policiais pode ficar para 2023.
Na sua fala, Bolsonaro tentou jogar a responsabilidade pelo reajuste não acontecer sobre outras categorias de servidores que estão com os salários arrochados e reivindicam reajuste também. Segundo ele, caso não haja um “entendimento” com as demais carreiras não haverá reajuste também para os policiais.
“Se houver entendimento, por parte dos demais servidores, alguns ameaçam greve, etc, a gente pretende conceder essa recomposição aos policiais federais, rodoviários federais e aos agentes penitenciários. Se não houver entendimento, a gente lamenta e deixa para o ano que vem”, declarou.
O “entendimento” que Bolsonaro quer é que os servidores se calem diante dos salários defasados.
Os servidores públicos brigam para que seja reposta a inflação sobre seus salários, que acumulam perdas de aproximadamente 20%, desde 2017. O funcionalismo já realizou atividades, como assembleias e paralisações em defesa do reajuste.
“Tem uma polêmica sobre que teríamos reservado, e é verdade, quase R$ 2 bilhões para conceder reposições à PF [Polícia Federal], à PRF [Polícia Rodoviária Federal] e ao pessoal que trabalha no sistema penitenciário. Houve uma grita geral. Muitos servidores querem aumento também”, afirmou Bolsonaro, em entrevista à TV Brasil.
Mesmo sendo uma base eleitoral de Bolsonaro, desde o princípio a promessa do suposto reajuste para os policiais foi rebatida pelo seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Bolsonaro não combinou com Guedes? Combinou… para não ter reajuste.
O ministro e integrantes do governo passaram a tratar como certo que não haverá reajuste neste ano para nenhuma categoria, escancarando a demagogia e a encenação de Bolsonaro com os policiais.