Servidores e diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltaram a receber ameaças pela internet depois que aprovaram o uso da Coronavac em crianças e adolescentes a partir dos 6 anos aos 17 anos de idade.
Eles também sofreram ameaças quando aprovaram o uso de Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Em 2021, foram mais de 300 mensagens com ameaças recebidas pela Anvisa depois que Jair Bolsonaro e seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deram início à campanha contra a vacinação infantil.
Um dos e-mails, ao qual a CNN teve acesso, a pessoa falou que a “ganância” da Anvisa “está falando mais alto que o bom senso e o amor a pátria [sic]”.
“É uma vergonha ver vcs que não poupam nem os pequeninos da ganância louca e o interesse mercenários, como brasileira sinto vergonha de você!”.
“Cuidado tudo que plantar colherá Deus pode tocar nos seus não se esqueçam, arrependam se senão o preço que vc vai pagar será altíssimo. (…) Estarei orando a Deus em desfavor de todo corrupto opressor e você será lembrada”, completou.
Um segundo e-mail, não se sabe se da mesma autoria do anterior, fala de “ganância” e “atitudes criminosas” da Agência.
A Anvisa informou que todas as ameaças que recebe estão sendo enviadas para a Polícia Federal e para o Supremo Tribunal Federal (STF).
A onda de mensagens violentas e ameaças contra a Anvisa começou depois que Jair Bolsonaro e Marcelo Queiroga deram declarações contra a vacinação das crianças e insinuando corrupção dentro da agência.
Bolsonaro disse que os diretores da Anvisa tinham interesses escusos, mas confrontado pelo presidente da Agência, almirante Barra Torres. Ele recuou e não apresentou nada.
Marcelo Queiroga, por sua vez, fez o que pôde para atrasar o início da vacinação das crianças brasileiras. Mesmo com o aval da Anvisa, ele postergou a vacinação com uma “consulta pública” e uma audiência pública.