Para comandar a farra, presidente escalou Roberto Jefferson, réu confesso por corrupção
Diante da corrosão acelerada de sua base parlamentar, que vem se dando proporcionalmente às insanidades do governo, Jair Bolsonaro deu início a um leilão de cargos, onde não falta nem ameaça de demissão de ministros que atrapalharem o show explícito de fisiologismo para tentar salvar seu governo.
Fisiologismo este que o “messias” chamava demagogicamente de “velha política”. Da mesma forma que dizia, mas não cumpriu, como lembrou Moro na sexta-feira, a promessa de campanha de que iria combater a corrupção. “Rompeu o compromisso de combater a corrupção”, disse o ex-ministro.
Na empreitada de salvação de seu governo, Bolsonaro recrutou para a “milícia parlamentar” o notório Roberto Jefferson (PTB), que até recentemente estava na cadeia, réu confesso por corrupção. A última vez que o presidente do PTB atuou nessa função de “articulador” no Congresso, indicou sua filha, Cristiane Brasil, para o Ministério do Trabalho do governo Temer.
O resultado é difícil de esquecer. Num caso quase inédito, ela foi impedida de assumir pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Era investigada à época pela Operação Registro Espúrio da Polícia Federal, por desvios no Ministério do Trabalho.
Afeito aos “golpes de baixa potência”, tipo rachadinhas, laranjais, lavanderias de Muzema e outras malandragens, praticadas durante sua longa e medíocre carreira parlamentar, Bolsonaro agora tem à sua disposição, para montar sua “base aliada” no Congresso, golpes de maior potência. Um desses que veio à tona foi a promessa de entrega do Porto de Santos para angariar “aliados”. O deputado Paulinho da Força, do Solidariedade, foi um que denunciou a manobra. “Me ofereceram o porto de Santos e eu não vou aceitar. Meu partido não está à venda”, afirmou.
Os neo-bolsonaristas mais pragmáticos do Congresso estão animados com os últimos sinais da farra de cargos que se aproxima, emitidos pelo Planalto. A demissão de Moro era necessária para os planos de Bolsonaro de controlar e parar a Polícia Federal, mas, ela significou também uma sinalização necessária para os novos palacianos.
Segundo relato de parlamentares, o afago de Bolsonaro ao chamado “centrão” e deu em dois atos: primeiro, forçou a demissão de Moro, que no começo da gestão chegou a ser considerado “indemissível”, depois, reafirmou que será ele que irá distribuir postos de segundo e terceiro escalão e não aceitará recusas.
Afeitos a uma pressão sempre que as nomeações demoram, as novas peças articuladas no tabuleiro de Roberto Jefferson e Bolsonaro já estão cobrando a fatura do indigesto apoio. Segundo eles, está demorando para sair as nomeações.
Integrantes do Planalto informaram que os trâmites para que os nomes sejam publicados no Diário Oficial são demorados e que os indicados devem ser formalizados a partir da próxima semana. Os aspirantes acolheram a explicação, mas não engoliram. Não é à toa que Bolsonaro teve que ameaçar demitir ministro que resistir ao leilão de cargos.
Se a farra de nomeações não começar logo, dizem, Bolsonaro corre o risco de não aprovar mais nada no Congresso. Mais do que isso, dificilmente escapa das dezenas de processos que correm contra ele na casa.
Os principais ministros que resistem a dividir o “bolo”, segundo os parlamentares, seriam Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Abraham Weintraub (Educação) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Marinho comanda uma pasta com obras em vários locais.
A Secretaria de Mobilidade está no radar do Republicanos, ex-PRB, ligado à Igreja Universal. Outras secretarias da pasta são cobiçadas pelas demais siglas. Weintraub terá de ceder a presidência do FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) para o PP, além de diretorias do órgão para Republicanos e PL.
Já o PL, além da Secretaria de Vigilância em Saúde, do ministério de Nelson Teich, deverá comandar o Banco do Nordeste. O partido de Valdemar Costa Neto também queria o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), dentro do Ministério da Infraestrutura.
Outros cargos federais nos estados foram colocados no cardápio, de acordo com os parlamentares, à disposição dos partidos em troca de apoio. A ideia dos líderes de siglas maiores é também trazer para a festança de distribuição de cargos as legendas menores. Está aberta a farra geral em Brasília.
Bolsonaro: você agora está de onde nunca saiu juntamente com Roberto Jeferson, Valdemar da Costa Neto, Pedro Correa Neto e outros elementos semelhantes aos citados, espero que o povo descubra que votaram em um mentiroso, você foi é e sempre será da velha política ou seja do toma lá da cá, tu sois o núcleo, somente que não vê são as milícias digitais robotizadas e manipuladas.