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Em discurso na sessão do Conselho Superior do Ministério Público nesta sexta-feira (8), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, manifestou condolência às vítimas do incêndio que atingiu o ninho do Urubu, alojamento das categorias de base do Flamengo, e disse que o Brasil passa por uma “sucessão de fatos e desastres evitáveis”.
Dodge também lembrou do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro. Até o momento, foram 157 mortes confirmadas e outras 182 pessoas ainda desaparecidas.
Segundo Dodge, os episódios revelam “a grande dificuldade que temos tido de prevenir desastres de grandes proporções, seja em áreas urbanas, seja em área rural”.
“Eu queria iniciar esta sessão extraordinária, portanto, enviando em nome de todos os conselheiros no MPF condolências às vítimas, aos seus familiares e a toda a população brasileira, porque estamos vendo uma sucessão de fatos e desastres evitáveis, preveníveis e precisamos estar atentos a eles para que as instituições de controle, fiscalização e punição realmente funcionem no Brasil”, afirmou Dodge.
A procuradora-geral ressaltou que todos os anos, no período das chuvas, há tragédias no Brasil. Segundo ela, é preciso dar voz à sociedade civil que “clama” para que as autoridades tomem atitudes a respeito.
“São fenômenos, fatos, que exigem a atuação das instituições de controle e fiscalização para que examinemos juntos se as medidas de prevenção estão sendo desenhadas, adotadas, implementadas, seguidas, controladas e monitoradas. É preciso dar voz a sociedade civil que clama há muitos anos para que as autoridades públicas tenham atenção para a gravidade desses problemas”, declarou a procuradora.
A procuradora-geral defendeu medidas para prevenção de desastres e disse que Justiça deve funcionar para obter a reparação do dano às vítimas.
“Isso acende a necessidade que essa instituição [MPF] se estruture de forma adequada a resolver problemas antigos, problemas de alta complexidade, problemas crônicos que pendem de solução”, disse Dodge.
“Notadamente estes na área de grandes desastres por razões ambientais, mas também por construções humanas, como é o caso de barragens ou caso de incêndios ou desabamentos ocorridos em prédios urbanos, como é o caso do não funcionamento adequado do sistema de escoamento de águas pluviais, água da chuva em regiões urbanas”, completou.