
O jovem brasileiro-palestino Walid Khaled Abdallah, de 17 anos, morreu em uma prisão israelense denunciada por tortura contra os detentos. Walid estava preso desde setembro de 2024 por supostamente ter “agredido” soldados israelenses na Cisjordânia.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o governo brasileiro questionou Israel sobre a causa da morte do jovem, que não foi divulgada até agora. A suspeita é de que houve negligência médica.
Walid Khaled Abdallah tem pai brasileiro e estava preso desde setembro. Inicialmente esteve detido em Huwwara, mas depois foi levado para Megiddo, prisão no norte de Israel que já foi denunciada por tortura.
URGENTE: “israel” mata brasileiro-palestino de 17 anos em prisão conhecida por tortura.
Walid Khaled Abdullah Ahmed, cidadão brasileiro de 17 anos, foi assassinado por “israel” na infame prisão de Megiddo, notória pelo uso de tortura com choques elétricos, espancamentos,… pic.twitter.com/QZE7v4aztW
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) March 24, 2025
Ele tinha contato limitado com seus familiares e advogados. Walid Khaled morreu em prisão preventiva, sem ter sido condenado.
A morte foi informada pelo governo de Israel à Comissão de Assuntos de Prisioneiros e Detentos Palestinos, da Autoridade Palestina. De acordo com o órgão, o jovem tinha sarna e desinteria amebiana.
O corpo de Walid Khaled Abdallah não foi entregue à família. O governo brasileiro está, através do corpo diplomático, tentando auxiliar a família para que possa receber o corpo.
O jornal israelense Haaretz já publicou denúncias, inclusive com vídeos, de torturas realizadas dentro da prisão de Megiddo. Gravações mostram os soldados israelenses mantendo os palestinos amarrados nos pés e nas mãos deitados no chão.
Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) citou que local é “amplamente conhecido por empregar métodos de tortura horripilantes, incluindo choques elétricos, espancamentos, privação de comida e até o uso de cachorros”.
Desde outubro de 2023, Israel já assassinou 50 mil palestinos na Faixa de Gaza e avançou na ocupação de territórios na Cisjordânia. Entre os mortos por Israel estão três crianças brasileiras, Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, Myrna Raef Nasser, de 16 anos, e Fatima Abbas, de 14 meses, que foi morta no Líbano.