Ao ser questionado sobre as mais de 6 mil mortes no Brasil, Bolsonaro respondeu “E daí? O que você quer que eu faça? Sou Messias mas não faço milagre”
O prefeito de São Paulo, Bruno Cova (PSDB), expressou, nesta sexta-feira (01), o sentimento de revolta dos paulistanos com a declaração de Bolsonaro sobre as mais de 6 mil mortes causadas pelo coronavírus e todo o país.
O prefeito fez questão de afirmar que o que acontece na cidade “é de nossa responsabilidade”. “Aqui não tem ‘e daí?’”, disse Bruno, referindo-se aos absurdos que o presidente disse quando foi perguntado sobre o crescimento exponencial de mortes no Brasil.
No mesmo dia em que o Brasil atingiu 6 mil mortes, mais de 90 mil infectados e a triste marca do país de maior taxa de infecção de Covid-19 do mundo, Bolsonaro respondeu ao questionamento de forma agressiva: “E daí? O que você quer que eu faça? Eu sou Messias mas não faço milagre”.
A forma desrespeitosa com que Bolsonaro tratou os mortos pelo vírus e seus familiares, revoltou o mundo inteiro. Sua resposta foi notícia nos principais jornais do mundo inteiro. No Brasil o repúdio foi generalizado.
Ele já vinha sendo questionado por afrontar as orientações da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, dos médicos, dos cientistas e de todas as autoridades sanitárias e insistir para que a população abandonasse as medidas de proteção contra o contágio do coronavírus.
Ele mesmo desrespeitou pessoalmente várias vezes as orientações de distanciamento social, promovendo aglomerações e dando maus exemplos para a população. Agora, com essa maneira desumana de tratar os mortos e seus entes queridos, o repúdio se generalizou.
Bruno Covas também rebateu insinuação de Bolsonaro de que os Estados e municípios não estão conseguindo achatar a curva dos novos casos de coronavírus. O prefeito ressaltou que o número de mortes seria “muito maior” se não fossem adotadas as medidas de isolamento social.
“Se o presidente colaborasse, pelo menos orientando as pessoas a ficar em casa, talvez não tivéssemos esse índice de preocupante de 48% das pessoas ficando em casa”, afirmou Bruno Covas. Segundo o governo do Estado de São Paulo, o ideal é que o índice de isolamento social ficasse entre 60% e 70%.