O Instituto Butantan liberou na manhã desta segunda-feira (9) um lote com mais 2 milhões de doses da CoronaVac, vacina produzida pela instituição paulista em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
Com a liberação de hoje, o Instituto Butantan completa o repasse de 66,8 milhões de doses ao Ministério da Saúde.
As doses entregues nesta segunda, chegaram no domingo (8), quando o Instituto recebeu os imunizantes já prontos para aplicação. Segundo o Butantan, as 2 milhões de doses serão enviadas ao PNI após o setor de qualidade do Instituto concluir a fiscalização, o que deve ocorrer já nos próximos dias.
Essas doses fazem parte do segundo contrato firmado pelo Instituto paulista com o Ministério da Saúde, de 54 milhões de imunizantes. O primeiro, de 46 milhões, foi concluído em 12 de maio.
Em coletiva nesta segunda (9), o governador João Doria (PSDB) voltou a dizer que o Instituto irá concluir a entrega das 100 milhões de doses até o final de agosto.
No início do mês, o Instituto recebeu cerca de 2 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para produção da CoronaVac, para a produção de mais 4 milhões de doses da vacina e segundo o Butantan, um novo carregamento de IFA deve chegar ao país no dia 18 de agosto. Serão 4 mil litros, o que permite produzir 10 milhões de doses da CoronaVac.
Estado cobra novamente envio de 278 mil doses Pfizer pelo Ministério da Saúde
Durante a coletiva, o governo paulista voltou a falar sobre o repasse de doses de vacina Pfizer que deveria ter sido realizado pelo Ministério da Saúde. O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, que se reuniu com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o impasse sobre as 228 mil doses de vacina não entregues pelo Ministério para São Paulo não foi resolvido e voltou a falar em judicializar a questão.
Segundo o governo paulista, o estado recebeu 228 mil unidades de Pfizer a menos na semana passada. Para tentar resolver a situação, Gorinchteyn encontrou-se com o ministro Marcelo Queiroga em Brasília na última sexta e as tratativas seguiram durante o final de semana, mas os dois não chegaram a um acordo.
“Estive o final de semana inteiro em Brasília em tratativas com o ministro e os secretários-executivos do Ministério para solucionar esse problema. Esperamos que em no máximo 48 horas esse problema seja resolvido e as 228 mil doses restantes sejam entregues”, disse o secretário.
Gorinchteyn diz esperar que as doses sejam enviadas separadas ou corrigidas no próximo carregamento. Se não, deverá aderir à Justiça. “Acredito que esse assunto será resolvido e nós receberemos as doses que temos direito. Repito que São Paulo não está devendo ao Ministério. Não queríamos aderir à judicialização, mas?”, indicou o secretário, sem dar prazos.
O Ministério da Saúde argumenta que haveria uma dívida de doses do governo de SP ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), mas essa dívida não existe.
O caso
Na última quarta (4), São Paulo denunciou ter recebido metade das doses que teria direito referente a remessa do imunizante da Pfizer que chegou ao país. Isso resultaria em um déficit de 228 mil doses.
Horas depois, o Ministério argumentou que o envio foi menor para compensar um suposto repasse menor de doses da CoronaVac. Após a reunião com Gorinchteyn, na sexta, Queiroga disse ainda que São Paulo recebeu mais doses do que deveria.
“Conversamos com a equipe técnica do Ministério e havia uma discordância com a nossa secretaria. Esses dados não batiam. Portanto, São Paulo não entende seu débito com o país. Muito pelo contrário, estamos tendo a preocupação de antecipar o carregamento que seria entregue”, disse o secretário de Saúde de São Paulo.
Os cálculos de envio e recebimento são feitos pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) e é neste cálculo que o PEI (Programa Estadual de Imunização) realiza suas projeções de vacinação. Segundo o governo paulista, a remessa menor de doses da Pfizer impactará a imunização de adolescentes de 12 a 17 anos, que está prevista para começar a partir do dia 18 de agosto.
A vacina Pfizer é a única que possui autorização da Anvisa para o uso em adolescentes.