Imunização terá início pelos trabalhadores da saúde
Quarto país mais populoso do mundo, com cerca de 270 milhões de habitantes, a Indonésia começou esta semana sua campanha de vacinação contra a Covid-19, dando prioridade aos cerca de 1,46 milhão de trabalhadores da saúde. Em seguida virão outros 17,4 milhões de servidores públicos entre 18 e 59 anos.
Para avançar na vacinação de sua população, a Indonésia já adquiriu mais de 125 milhões de doses da vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac, o mesmo que produz as vacinas a serem distribuídas pelo Instituto Butantan.
A fim de inspirar confiança, o presidente indonésio, Joko Widodo, tomou uma dose da vacina da CoronaVac em frente às câmaras, reiterando a importância da ação individual e coletiva para a efetividade do combate à pandemia. Logo depois foi a vez de Raffi Ahmad, um popular rosto da televisão, que conta com 49,4 milhões de seguidores no Instagram. “Não tenhas medo das vacinas”, difundiu o influente comunicador de 33 anos.
Da mesma forma que o de outros países, o programa de vacinação implementado pela Indonésia é massivo e gratuito, porém com um enfoque diferenciado, que privilegia os jovens. Conforme o professor Amin Soebandrio, que assessorou o governo na sua estratégia de “a juventude primeiro”, é preciso priorizar a imunização daqueles “que saem de casa para todas as partes e regressam aos seus lares para suas famílias”. Na avaliação do professor, reduzir significativamente a propagação do vírus é essencial para que a economia volte a funcionar, uma vez que 80% dos casos dos contaminados encontram-se atualmente entre a população ativa.
O ministro da Saúde, Budi Gunadi Sadikin, reiterou que é necessário “proteger as pessoas e apontar para aqueles que provavelmente contraiam e propaguem a enfermidade”. “Estamos focando nas pessoas que têm que se encontrar com muita gente como parte de seu trabalho: mototaxistas, policiais, militares. Então não quero que as pessoas pensem que se trata somente da economia, mas de proteger as pessoas”, frisou.
País mais afetado no Sudeste da Ásia pelo coronavírus, o arquipélago de 17.000 ilhas (6.000 delas habitadas), tem até esta quinta-feira 858.043 casos confirmados e 24.951 mortes.
A Agência de Controle de Medicamentos da Indonésia apurou que a efetividade da Sinovac no arquipélago é de 65,3%, o que, demonstra que a vacina está à altura das necessidades da população.