Relator da CPI da Covid-19 anunciou que parecer sobre as investigações da comissão será conclusivo. Renan descartou pedir a continuidade do inquérito por outros órgãos investigativos
O relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse, quinta-feira (19), que o parecer dele sobre as investigações do colegiado vai acusar de crime comum os integrantes do chamado “gabinete paralelo” ou “gabinete das sombras”, que teria aconselhado o presidente Jair Bolsonaro na tomada de decisões contra a pandemia sem a anuência do Ministério da Saúde.
O gabinete seria formado por médicos que defendem a utilização de remédios comprovadamente ineficazes no tratamento contra o novo coronavírus, dentre estes, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina.
Agentes políticos e outros integrantes do governo que não são ou não eram do Ministério da Saúde que defendiam que o presidente desconsiderasse medidas não-farmacológicas no enfrentamento à crise sanitária, como o uso de máscaras e o distanciamento social, também são suspeitos de fazer parte desse grupo de “aconselhamento”.
“RESPONSABILIZAR POR CRIME COMUM”
“Pretendo, como relator, posso não aprovar nessa CPI, responsabilizar por crime comum todos os membros do ‘gabinete paralelo’, pela maldade que fizeram contra o Brasil ao prescrever remédios ineficazes, ao estabelecer prioridades para gasto orçamentário, para execução de gasto público criminosamente”, informou Calheiros durante a reunião do colegiado da quinta-feira.
O relator comentou ainda que não tem pronto nem o relatório ou esboço do parecer dele. Segundo ele, o texto vai ser apresentado na segunda quinzena de setembro.
Renan descartou a possibilidade de pedir que o inquérito continue em outras instituições investigativas após o término dos trabalhos da CPI. De acordo com o senador, o relatório dele vai ser conclusivo.
“O meu relatório não vai mandar para a Procuradoria investigar nada. Ele vai concluir a partir das investigações realizadas aqui e pedindo para que, no prazo que a lei das comissões parlamentares de inquérito reserva, a PGR (Procuradoria-Geral da República) mande processar, e não investigar novamente. Não é esse o meu estilo, o meu propósito”, afirmou Renan.
M. V.
