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O aumento do valor do auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, aprovado na chamada “PEC do desespero”, em que o Bolsonaro atropelou toda a legislação eleitoral para, às vésperas das eleições, beneficiar a população com o que negou durante os três anos e meio de seu governo, só deve durar até o final deste ano, conforme afirmou o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago.
“Temos um marco legal e a obrigação do marco legal é de um auxílio de R$ 400. Acho que não vamos ter uma mudança de marco legal até a PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual). Acho que a PLOA deve vir com R$ 400. Esse valor excedente de R$ 200 não deve permanecer no ano que vem, pois não temos fonte desses recursos”, disse Colnago, desmentindo Bolsonaro, que promete manter o benefício, caso seja reeleito.
Em entrevista coletiva, o secretário do Tesouro afirmou que se os R$ 600 forem mantidos para 2023, o custo adicional será de R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões para os cofres públicos, valor que já era conhecido quando o pacote eleitoreiro e ilegal de Bolsonaro foi aprovado pelo Congresso às custas do “orçamento secreto”.
“As últimas despesas discricionárias [não obrigatórias] estavam em R$ 120 bilhões, R$ 130 bilhões [ao ano]. Então, se criarmos um conjunto de obrigações que somam R$ 50 bilhões, R$ 60 bilhões, nosso volume de discricionária vai cair para R$ 70 bilhões, o que seria muito difícil ao longo do exercício”, afirmou.
“Talvez a gente consiga sobreviver, atender o mínimo das políticas, mas é um desafio”, disse Colnago, que também citou o fim das desonerações aos combustíveis em 2023, outra das medidas desesperadas de Bolsonaro – essa para baixar o preço dos combustíveis na bomba -, para tentar escapar do julgamento popular nas urnas ao seu desgoverno e a mais grave crise econômica do país nos últimos tempos.