O governo da China, através da porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Hua Chunying, anunciou na quinta-feira, 23, que doará 30 milhões de dólares à Organização Mundial da Saúde (OMS) para apoiar a luta contra a pandemia do Covid-19.
A diplomata lembrou que, em esforço para superar internacionalmente os problemas, “já doou 20 milhões de dólares em efetivo à OMS no dia 11 de março”.
No sentido contrário, os Estados Unidos suspenderam na semana passada sua parcela de contribuição para a OMS sob o pretexto totalmente inconsistente de que a entidade estaria se aliando à China e realizando um mal tratamento da pandemia do coronavírus.
Pequim afirmou que quer “apoiar a luta global (da OMS) contra a Covid-19, em particular reforçando os sistemas sanitários dos países em desenvolvimento”. “Neste momento crucial, apoiar a OMS é apoiar o multilateralismo e a solidariedade global”, disse a porta-voz.
Em coletiva de imprensa, Geng Shuang, também em nome do Ministério de Relações Exteriores, comentou as recentes declarações de alguns políticos norte-americanos ligados ao presidente Donald Trump, de que o vírus teria se originado em um laboratório de virologia de Wuhan, informou a agência Xinhua.
“A origem da covid-19 é uma questão de ciência, que deve depender de cientistas e especialistas médicos para descobrir, mas não deve ser politizada”, assinalou Geng.
De acordo com Geng, o diretor do Instituto de Virologia de Wuhan, subordinado à Academia Chinesa de Ciências, negou as alegações sem fundamento e ilógicas do lado americano ao dar uma entrevista, enfatizando que o Instituto tem um regime regulatório estrito.
Qualificou como desacertadas as acusações do assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, que expressou que a China aproveitou a situação para ganhar vantagem com uma apropriação do mercado de insumos médicos.
Geng Shuan desmontou o argumento lembrando que entre os dias 1º de março e 17 de abril seu país forneceu aos Estados Unidos mais de um bilhão de máscaras, 258 milhões de pares de luvas e 29 milhões de uniformes protetores, entre outros materiais e equipamentos, sem colocar no centro qualquer vantagem.
“O vírus não conhece fronteiras e não faz distinção de raças. A China, tal como outros países no mundo, é uma vítima da pandemia. Ao longo da resposta a esta crise de saúde pública, a urgência e importância de construir uma comunidade de destino comum tornou-se ainda mais urgente. As falácias e teorias da conspiração que acompanham a epidemia global, não só não são benéficas para esta luta, como alimentam a desconfiança e corrompem os esforços conjuntos”, registrou o Diário do Povo Online, na quinta-feira, 23, no artigo Pesquisa do novo coronavírus deve ser baseada na ciência.
“A difusão de teorias da conspiração, artifícios que usam a pandemia para estigmatizar outros países, e posições que desacreditem os fatos são, essencialmente, anti-científicos. A politização de crises de saúde pública deve ser ativamente combatida. O uso da ciência para combater a ignorância, da verdade para esmagar os rumores, da cooperação para eliminar o preconceito e a luta coletiva são a atitude correta para debelar esta pandemia”, sublinhou.
“O presidente Xi Jinping afirmou: ‘O que a comunidade internacional mais necessita é de uma confiança firme, esforços concertados, uma resposta unida e o fortalecimento da cooperação internacional, formando uma frente unida para superar a epidemia’. Ao adotarmos o espírito científico, pugnarmos pela unidade, assegurando que todos estamos no mesmo barco, com certeza, superaremos a epidemia e poderemos aspirar a um melhor desenvolvimento humano no amanhã”, concluiu o Diário do Povo.