
Cerca de 1,4 milhão de trabalhadores deixaram de contribuir com a Previdência Social desde 2014, conforme dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (31).
Os dados demonstram o resultado desastroso da política econômica do governo que afundou o país no desemprego e subemprego, isto é, emprego sem carteira assinada, sem direitos e garantias.
Conforme os dados, apenas entre julho e setembro deste ano, o número de funcionários com carteira assinada caiu a 33,3 milhões, 2,4% a menos do que no ano anterior. Ou seja, 810 mil profissionais perderam seus empregos ou migraram para empregos informais.
Com demissões massivas e milhões de trabalhadores sendo obrigados a se submeterem ao trabalho informal, ao trabalho precário, cai o número de contribuintes para a Previdência. Segundo o IBGE, o percentual da força de trabalho que contribui para a aposentadoria caiu de 65,5% para 63,8% no trimestre encerrado em setembro, o mesmo nível registrado no início de 2014. O resultado foi a queda da arrecadação, que reduziu 10,8% entre 2014 e 2015.
Neste ano, a Previdência ainda não sentiu o baque do subemprego, apontando uma alta na arrecadação de 4,6% até agosto, sobre igual período de 2016. Isso porque, para Bruno Ottoni, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre), parte dos trabalhadores informais ainda mantiveram a contribuição, o que deve se inverter, pois a “expectativa” criada pelo governo de melhora na economia piorou e por isso trabalhadores informais que antes contribuíam estão deixando de contribuir.
É diante desse quadro de precarização, acabando com os direitos trabalhistas, acabando com o trabalho formal – chegando até a liberar o trabalho escravo – que o governo pretende aplicar um novo golpe contra os trabalhadores: assaltar o seu direito à aposentadoria. Em repúdio a esses ataques, diversas categorias, entre metalúrgicos, trabalhadores da indústria em geral e aposentados vão às ruas nos dias 9 e 10 de novembro, em um dia nacional de mobilização e greves contra essas “reformas” do governo.