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Empresa diz que manterá cortes de direitos dos funcionários
Em negociação sobre o acordo coletivo de trabalho (ACT) dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT – Correios), nesta quinta-feira (27), a diretoria da estatal rejeitou a proposta apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) de renovar o atual acordo até o fim da pandemia, sem a previsão de reajuste das cláusulas econômicas.
Na ocasião, o ministro vice-presidente do TST, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, apresentou formalmente a proposta, estipulando como prazo para a análise pelas partes, com manifestação por escrito formalizada, até às 19h30min desta quinta-feira (27).
Com a recusa da diretoria dos Correios, o TST encaminhará para discussão a validade constitucional do acordo, que foi realizado em 2019 e mediado pelo próprio Tribunal.
“Acabamos de ser informados que a empresa recusou a proposta do TST e agora vai a julgamento a greve da categoria, porém sem data definida até o momento. Vamos manter a greve da categoria e aguardar a definição por parte do Tribunal Superior do Trabalho”, diz comunicado da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores da ECT (Findect).
Nesta sexta-feira, (28) os trabalhadores da empresa farão uma carreata solidária com arrecadação de alimentos em São Paulo, partindo do Pacaembu rumo a avenida Paulista, denunciando o descaso da direção da ECT que quer impor uma redução na remuneração dos trabalhadores em quase 40% em meio à pandemia do coronavírus, prejudicando trabalhadores que se mantiveram como essenciais no atendimento à população, muitas vezes sem a garantia de equipamentos de proteção à contaminação.
O acordo coletivo, que valeria até 2021, foi suspenso pela direção dos Correios no último dia 31 de julho, após a empresa recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a validade do acordo pelo período de dois anos, suspendendo assim 70 das 79 cláusulas previstas. Ao suspender o acordo, a empresa reduziu o vale-alimentação, o adicional noturno, a licença maternidade e do tempo destinado à amamentação, o adicional de férias, entre outros direitos conquistados pela categoria nos últimos anos.