Quando brigadas de médicos e enfermeiros cubanos se encontram em pelo menos 37 países, entre eles Itália, China, Granada, Suriname, Nicarágua, Venezuela, Jamaica e Angola, cooperando no combate à pandemia do coronavírus é bom lembrar o profético discurso do comandante da Revolução cubana Fidel Castro em Buenos Aires, em 24 de maio de 2003, quando participou da posse do presidente Néstor Kirchner. O ato, pensado como uma aula universitária em que falaria para estudantes na Faculdade de Direito da capital argentina, juntou milhares de pessoas para ouvi-lo, e se transformou em um grande discurso a céu aberto. Nele, Fidel afirmou que os médicos cubanos acodem “aos mais afastados cantos do mundo”, “não para bombardear povos”, mas “para salvar vidas”, porque, para isso “foram educados”. “Médicos e não bombas”.
Os médicos cubanos cumprem de forma heroica os ensinamentos do líder que estão manifestos no vídeo que circula em algumas redes. Publicamos alguns trechos do discurso proferido naquela ocasião, em 2003, registrado no vídeo mais abaixo.
Médicos e não bombas
Eu penso – porque sou otimista– que este mundo pode ser salvo, apesar dos erros cometidos, apesar dos poderes imensos e unilaterais que têm se criado, porque acredito na preeminência das ideias sobre a força. (…)
Nosso país não joga bombas contra outros povos, nem manda milhares de aviões a bombardear cidades; nosso país não possui armas nucleares, nem armas químicas, nem armas biológicas. As dezenas de milhares de cientistas e médicos com que conta nosso país foram educados na ideia de salvar vidas. Estaria em absoluta contradição com sua concepção pôr um cientista ou um médico a produzir substâncias, bactérias ou vírus capazes de produzir a morte de outros seres humanos.
Não faltaram, inclusive, as denúncias de que Cuba estava fazendo pesquisas sobre armas biológicas. Em nosso país se fazem pesquisas para curar doenças tão duras como a meningite meningocócica, a hepatite, através de vacinas que produz por técnicas de engenharia genética, ou, algo de muita importância, a busca de vacinas ou de fórmulas terapêuticas através da imunologia molecular; e tanto umas podem prever e outras podem, inclusive, curar, e avançamos por esses caminhos. Esse é o orgulho de nossos médicos e de nossos centros de pesquisa.
Dezenas de milhares de médicos cubanos prestaram serviços internacionalistas nos lugares mais afastados e inóspitos. Um dia eu disse que nós não podíamos nem realizaríamos nunca ataques preventivos e de surpresa contra nenhum escuro recanto do mundo; mas que, em troca, nosso país era capaz de enviar os médicos que se necessitem aos mais obscuros recantos do mundo. Médicos e não bombas, médicos e não armas inteligentes.
Vídeo com trecho do histórico pronunciamento de Fidel Castro: