Vão responder por crimes de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro
O ex-ministro Geddel Vieira Lima e os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, todos do MDB, viraram réus na Operação Cui Bono, deflagrada pela Polícia Federal no ano passado para apurar fraudes na Caixa Econômica Federal, por meio do FI-FGTS, em troca de propina.
As denúncias contra eles e mais 15 pessoas foram aceitas pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. Com a decisão do juiz, eles se tornaram réus no processo e passarão a responder a uma ação penal.
As investigações apuram crimes de corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro. Entre os acusados estão o doleiro Lúcio Funaro – delator apontado pelas investigações como operador do MDB – e o ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, durante a gestão de Dilma Rousseff.
O Ministério Público Federal pediu que os réus paguem multa e façam ressarcimento de recursos que ultrapassam R$ 3 bilhões. O juiz deu prazo de dez dias para que os acusados apresentem uma resposta. Além disso, pede que a Polícia Federal apresente, em 15 dias, relatório dos bens apreendidos ao longo da investigação.
As operações fraudulentas envolvem os grupos Marfrig, Bertin, J&F, BR Vias e Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários. Segundo as investigações, a estrutura que dava suporte à prática das irregularidades era sustentada por três frentes: grupo empresarial; empregados públicos; grupo político e operadores financeiros.
Um dos desdobramentos da Cui Bono foi a Operação Tesouro Perdido, que encontrou malas de R$ 51 milhões atribuídos a Geddel Vieira Lima em um apartamento em Salvador. O ex-ministro está preso no Complexo Penitenciário da Papuda. Outro preso é o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, cumprindo pena por crimes apurados pela Operação Lava Jato.
W. F.