Mais um ano sem correção da tabela do Imposto de Renda e até quem ganha salário mínimo vai pagar o imposto. Hoje, só não paga imposto de renda quem tem salário abaixo de R$ 1.903,98. Portanto, o nome certo disso é imposto sobre o salário do pobre. Ou melhor, assalto ao bolso do trabalhador.
O malfeito está em que, desde 1996, há 22 anos, a tabela para dizer quem deve pagar não vem sendo ajustada, ou então, é ajustada muito abaixo da inflação. Segundo o Sindifisco, a defasagem de lá para cá está em 147,37%. Pelos cálculos do sindicato, o correto seria isenção para quem ganha até R$ 4.670,23 e não R$ 1.903,98. Significaria mais de 12 milhões de trabalhadores isentos, o dobro do que temos hoje.
O PIOR FOI BOLSONARO
Na campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu que a faixa de isenção passaria dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 3 mil. Só no seu governo, de 2.019 a junho de 2.022, a defasagem estourou em 26,57% (Fonte: Brasil Econômico).
Por outro lado, a tabela, se reajustada conforme a inflação, os trabalhadores iriam descontar menos e, dependendo da faixa salarial, estariam isentos. Hoje, um trabalhador que ganha R$ 4.650,00, pela tabela progressiva deve descontar 27,5%. Se a tabela fosse corrigida, ele estaria isento porque o salário tributável seria acima de R$ 4,6 mil.
Na tabela de hoje, sem correção da inflação, quem ganha até R$ 1.903,98 é isento. De R$ 1.903,99 a R$ 2.826,65, a alíquota é de 7,5%. De 2.826,66 a R$ 3.751,05, a alíquota é de 15%. De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68, a alíquota sobe para 22,5%. Acima de R$ 4.664,68, o trabalhador entra na maior alíquota do IR, 27,5%.
Se não tivessem assaltado os trabalhadores, estariam isentos os que ganham até R$ 4.702,83. Pagariam 7,5% os que ganham até R$ 6.982,83. A próxima alíquota seria de 15,0% para os que ganham até R$ 9.265,00. A seguir, 22,5% para os que ganham até R$ 11.521,76. E 27,5% para os que ganham acima deste valor,
Enfim, eis, de forma cristalina, a lógica agachada para destruir um poderoso mercado consumidor, se pendurar nas exportações de commodities, servir aos bancos, arrasar a indústria e abandonar o povo no desemprego e na miséria.
CARLOS PEREIRA
mesmo com esse assalto ,ainda há quem apoie esse vagabundo e genocida(bolsonaro).