Deputado Rodrigo Amorim (PTB-RJ) e seu bando interromperam, com provocações e agressões, caminhada do pré-candidato ao governo do Rio, Marcelo Freixo (PSB)
O delegado da Polícia Federal e pré-candidato pelo PSB do Rio de Janeiro a deputado federal, Alexandre Saraiva, comparou, na manhã do último domingo (17), em postagem no Twitter, a ação do deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB-RJ), no sábado (16), no Rio de Janeiro, às atitudes tomadas pelo partido nazista na Alemanha.
Rodrigo Amorim é ninguém mais, ninguém menos, aquele que, com o agora deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), quebraram a placa da vereadora brutalmente assassinada por milicianos, Marielle Franco. Ele foi denunciado pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) do Rio, no início de julho, pelo crime de violência política de gênero contra a vereadora Benny Briolly (PSol), de Niterói.
Trata-se, pois, de alguém com histórico de violência fascista contra adversários.
Os pré-candidatos dos partidos relataram que o parlamentar bolsonarista interrompeu, com assessores, caminhada com o pré-candidato ao governo do Rio, Marcelo Freixo (PSB), na Tijuca, encurralando os participantes.
HORDAS LEMBRAM NAZISTAS
Amorim, por sua vez, diz que foi ofendido pela equipe de Freixo. Claro. Os extremistas sempre têm “justificativa” para tentar “explicar” a violência que imprimem contra adversários.
Saraiva afirmou na postagem que “a situação lembra as ações das SA (Sturmabteilung) do partido nazista que, através [por meio] da intimidação de adversários políticos, foram decisivas na ascensão de Hitler entre 1930 e 1933”.
A Sturmabteilung, citada por Saraiva, interrompia violentamente reuniões de partidos opostos, protegia comícios e assembleias nazistas e intimidava judeus e sindicalistas. Um de seus maiores alvos dessas hordas era o Partido Comunista da Alemanha.
NOTÍCIA-CRIME CONTRA SALLES
O delegado da PF é ex-superintendente da corporação no Amazonas e ganhou notoriedade no ano passado por ter sido retirado do cargo após enviar notícia-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o senador Telmário Mota (Pros-RR).
Na época, Saraiva, que apontou os crimes de obstrução de investigação ambiental, advocacia administrativa e organização criminosa, disse que Salles e o senador estavam dificultando ações de fiscalização contra madeireiros criminosos.
O ex-superintendente esteve à frente da operação que apreendeu uma carga milionária de madeira ilegal no Amazonas. Ricardo Salles tentou liberar a carga criminosa e acobertar os bandidos, gerando as denúncias do delegado da PF.
POLÍCIA INVESTIGA CASO
De acordo com os pré-candidatos, Freixo saiu da praça pouco após a chegada de Amorim e não estava presente na hora de maior confusão.
No fim da manhã de sábado, o caso foi registrado na 19ª delegacia como ameaça e injúria. A Ciaf (Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro) vai conduzir o inquérito, segundo a Polícia Civil.
Os pré-candidatos afirmam que Amorim e os apoiadores dele chegaram à agenda da aliança da oposição — divulgada publicamente — gritando “traficantes e marginais”. Houve discussão e os relatos indicam que, ao serem chamados de “milicianos”, o que é a mais pura verdade, os homens se exaltaram, quebraram bandeiras e mostraram que estavam armados.
M. V.