Jair Bolsonaro entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro Alexandre de Moraes, depois que sua ação com mesmo teor movida no Supremo Tribunal Federal (STF) ter sido recusada pelo ministro Dias Toffoli, por não apresentar nenhum indício de crime.
Bolsonaro acusa, através de um advogado do Paraná, o ministro Alexandre de Moraes de “abuso de autoridade” por ser relator do inquérito das fake news, que investiga a produção de mentiras e ataques contra a democracia.
O procurador-geral da República é Augusto Aras, que foi indicado para o cargo por Jair Bolsonaro e tem tomado diversas medidas para defendê-lo de investigações. Aras ainda não se pronunciou.
Segundo o G1, Jair Bolsonaro decidiu acionar a PGR depois de ter sido derrotado no STF com a argumentação de que a Corte não ouviu a opinião da Procuradoria, mesmo que nada diga que isso é obrigatório.
Dias Toffoli rechaçou as acusações de Bolsonaro, afirmando que a ação de Bolsonaro contra Moraes não mostra “indícios, ainda que mínimos, de materialidade delitiva, não havendo nenhuma possibilidade de enquadrar as condutas imputadas em qualquer das figuras típicas apontadas”.
Os fatos narrados na ação “evidentemente não constituem crime e que não há justa causa para o prosseguimento do feito”, continuou Toffoli.
A avaliação dentro do STF e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), de acordo com O Globo, “é que Bolsonaro tenta desviar o foco de problemas econômicos e inflar sua base de apoiadores, às vésperas da eleição de outubro”.
Isso porque a inflação, contra a qual Jair Bolsonaro não anunciou nenhuma medida, atingiu 12,1% no acumulado de um ano e foi a pior para o mês de março desde o Plano Real, há 28 anos. Além disso, a fome agora faz parte da vida de 19 milhões de brasileiros.