PNAD Covid encerra o mês com 13,5 milhões de desempregados, um aumento de 33,1% em relação a maio
Embora a equipe econômica do governo insista que o país já recuperou as perdas da pandemia, o desemprego bateu recorde em setembro.
Segundo os dados da edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio que avalia os impacto da pandemia (Pnad Contínua-Covid), a taxa de desocupação da população economicamente ativa alcançou no mês passado 14%, o que representa, em números, 13,4 milhões de pessoas. Trata-se do nível mais alto de desemprego de todo o período de pandemia.
Ante maio, o total de desocupados cresceu 33,1% – ou em 3,4 milhões de pessoas.
“Há um aumento da população desocupada ao longo de todos esses meses. Esse crescimento se dá em função tanto das pessoas que perderam suas ocupações até o mês de julho quanto das pessoas que começam a sair do distanciamento social e voltam a pressionar o mercado de trabalho”, declarou Maria Lúcia Vieira, coordenadora da pesquisa divulgada nesta sexta-feira (23).
Enquanto a desocupação cresce, o nível de ocupação (população ocupada) recuou em 1,5 milhão de pessoas no período.
Diante da tragédia do desemprego, Paulo Guedes, ministro da Economia, afirma que “só perdemos um milhão de empregos” na pandemia, se referindo aos dados sobre emprego formal divulgado pelo Caged.
De acordo com a PNAD Contínua do IBGE, no trimestre encerrado em julho, “O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos), estimado em 29,4 milhões, foi o menor da série, caindo 8,8% (menos 2,8 milhões de pessoas) frente ao trimestre anterior e de 11,3% (menos 3,8 milhões de pessoas) ante o mesmo trimestre de 2019″.