Sérgio Batista ocupava a diretoria de Controles Internos e Integridade da instituição, área que recebe denúncias sobre qualquer assunto, inclusive de assédio sexual, como as feitas contra o ex-presidente Pedro Guimarães
O diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa, Sérgio Ricardo Faustino Batista, foi encontrado morto, na noite da terça-feira (19), na sede do banco, em Brasília. A Polícia Civil do Distrito Federal apura a causa da morte.
De acordo com a corporação, o diretor foi encontrado já sem vida na parte externa do edifício-sede do banco.
Sérgio Batista ocupava a diretoria de Controles Internos e Integridade da instituição, área que recebe denúncias sobre qualquer assunto, inclusive de assédio sexual, como as feitas contra o ex-presidente Pedro Guimarães.
Em nota, o banco lamentou a morte do diretor e disse colaborar com as investigações. “A Caixa manifesta profundo pesar pelo falecimento do empregado Sérgio Ricardo Faustino Batista. Nossos sinceros sentimentos aos amigos e familiares, aos quais estamos prestando total apoio e acolhimento. O banco contribui com as apurações para confirmar as causas do ocorrido”, está escrito no texto.
MUDANÇAS NAS DIRETORIAS DA CAIXA
A diretoria que era comandada por Sérgio Ricardo faz parte da estrutura da Corregedoria da instituição, que antes era vinculada à presidência e, após a posse da nova presidente da Caixa, Daniella Marques, passou a ser ligada ao Conselho de Administração.
A mudança veio na esteira das denúncias de assédio envolvendo o ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, muito ligado a Bolsonaro.
Segundo o banco, as alterações foram feitas para “reforçar a autonomia e isonomia da atuação da Corregedoria” e proporcionar “melhor comunicação interna, otimização, eficiência e fluidez na gestão de pessoas e processos”.
CORREGEDORIA INVESTIGAVA DENÚNCIAS DE ASSÉDIO
Em junho, diante da renúncia do então presidente do banco Pedro Guimarães por gravíssimas acusações de assédio sexual e moral, a Caixa confirmou que já havia recebido denúncias e informou que estava investigando o caso desde maio deste ano.
Em comunicado divulgado para a imprensa na época, o banco destacou que o tema vinha sendo tratado pela Corregedoria de forma interna e em sigilo.
“A Caixa repudia qualquer tipo de assédio e informa que recebeu, por meio do seu canal de denúncias, relatos de casos desta natureza na instituição. A investigação corre em sigilo, no âmbito da Corregedoria, motivo pelo qual não era de conhecimento das outras áreas do banco”, divulgou.
O banco ainda informou, na nota, ter feito contato com a pessoa que realizou a denúncia e promoveu “diligências internas que redundaram em material preliminar”. Esse material está em processo de avaliação. “Portanto, a Corregedoria admitiu a denúncia e deu notícia ao/à denunciante, se colocando à inteira disposição para colher o seu depoimento, mantendo seu anonimato.”
INVESTIGAÇÃO DO MPF
Pedro Guimarães é alvo de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF). Denúncias de que ele assediava sexualmente mulheres no banco foram reveladas pela imprensa.
De acordo com a apuração, os casos teriam ocorrido com empregadas do próprio banco que foram abusadas pelo ex-presidente em diferentes ocasiões, em eventos ou viagens de trabalho.
EMPREGADO DO BANCO DESDE 1989
Natural de Teresina (PI), Sérgio Ricardo era empregado de carreira da Caixa desde 1989. Atuou por mais de 20 anos na área de Controles Internos e Risco.
Graduado em Economia pela Universidade Católica de Brasília, ele tinha MBA Executivo em Finanças, pós-graduação em Estatística Aplicada e Mestrado em Economia. Em março deste ano, ele tomou posse como diretor executivo do banco.
ASSASSINATO DE FOZ DO IGUAÇU
Claudinei Esquarcini, funcionário da Itaipu Binacional, que gerenciava o sistema de segurança do clube onde ocorreu o assassinato do dirigente do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, cometeu suicídio no último domingo (17), na altura do município de Medianeira, região Oeste do Estado do Paraná. Ele tinha 44 anos e deixou mulher e três filhos.
No boletim de ocorrência registrado na 12ª Delegacia Regional de Polícia de Medianeira, às 13h04, há a constatação de “morte a apurar sem indícios de crime — ocorrências não delituosas — suicídio — sem ilicitude.”
Funcionário da hidrelétrica há 20 anos, Esquarcini atuava na Divisão de Segurança da Central da usina e gerenciava o esquema de videomonitoramento da Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física), espaço recreativo escolhido por Marcelo Arruda para celebrar a festa de 50 anos, dia 9 de julho.
A festa terminou com o aniversariante morto a tiros, após o policial penal federal Jorge Guaranho chegar ao local aos gritos de “aqui é Bolsonaro” e alvejá-lo com vários tiros.
M. V.