Acompanhe no vídeo anexo os comentários do médico e professor Eduardo Siqueira, direto de Boston, ao programa Roda de Conversa, sobre o quadro político e econômico nos EUA, a epidemia dos não vacinados e a chamada ‘crise na Ucrânia’, ao Biden completar seu primeiro ano de mandato na presidência dos Estados Unidos: seu índice de aprovação é o mais baixo de um presidente no primeiro ano de mandato já registrado (33%).
“Uma coisa está relacionada com a outra: a economia, as eleições de novembro e a tensão na fronteira com a Rússia”, diz Siqueira ao explicar aos apresentadores, os jornalistas Osvaldo Bertolino, Luiz Manfredini e Jorge Gregory.
Ele observou que os EUA vivem vários impasses que vão se somando: o plano econômico de Biden depenado e empacado no Congresso, a inflação, a exaustão diante da pandemia, o ‘grande abandono’ [de emprego] por causa dos péssimos salários e trabalho precário, a ofensiva trumpista centrada em dificultar o voto.
Há também a dívida pública recorde de US$ 30 trilhões, que vem se acumulando, não é só por causa da ajuda emergencial, a emissão em massa de moeda não para desde 2008. Agora, o Fed ameaça aumentar juros e desacelerar a economia.
Ninguém esperava que Biden tivesse um índice de aprovação tão decepcionante. Se perder o controle do Senado, não faz mais nada. O apoio que ele tem por causa do baixo desemprego não é suficiente diante das outras crises que o país está vivendo.
Tradição nos Estados Unidos quando o país está em crise é unificar o país com a guerra, sublinhou o pesquisador. Vivemos essa situação no Iraque, no Afeganistão, na Iugoslávia.
Para ele, quem já invadiu a Ucrânia foi a Otan, que está agora dizendo que tem que ser ‘parceira nossa’.
A política externa dos EUA está escrita no papel, basta ler, o inimigo principal é a China, mas a Rússia também não pode ser deixada forte. Diz ainda que não podemos confrontar os dois, então um deles tem de ser derrotado a curto prazo, para a gente poder se concentrar no outro.
Quem é o principal inimigo militar dos Estados Unidos, é a China ou a Rússia? Eu não tenho a menor dúvida de que é a Rússia, acrescenta. O que Biden faz é polarizar com a Rússia, polarizar com a China, seja na Ucrânia ou em Hong Kong e Taiwan, estão levando a crise até as fronteiras.
Veja o vídeo: