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O Ministério da Defesa elaborou um plano com oito etapas para acompanhar todas as etapas do processo eleitoral e “questionar os procedimentos”, submetendo as Forças Armadas ao desejo de Jair Bolsonaro de tumultuar as eleições e as urnas eletrônicas.
O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou que “estamos com plano de ação para cada uma dessas oito fases, para que, na hora da fase propriamente dita, por exemplo, na lacração do sistema, estejamos presentes para perguntar, verificar, questionar os procedimentos e propor alguma coisa”.
O ministro ainda sugeriu uma “auditoria posterior”, que seria realizada depois do fim das eleições.
O governo Bolsonaro está planejando atacar as eleições porque não enxerga nenhuma possibilidade de vencê-las, a não ser com fake news, fraude, PECs do desespero, etc. As pesquisas eleitorais mostram Lula com pelo menos 14 pontos de vantagem sobre Jair Bolsonaro no primeiro turno. Como disse Lula, o que apavora Bolsonaro não é a urna eletrônica, é o voto do povo.
Segundo o Estadão, o “plano” das Forças Armadas tem oito etapas e engloba todas as fases do processo eleitoral, desde a lacração das urnas, testes de autenticidade de integridade e pela verificação da totalização dos votos, momento em que pretendem comparar os boletins de urna com a contagem.
É uma intromissão nos assuntos da Justiça Eleitoral intolerável e absurda e nunca vista. É inédita.
O Ministério da Defesa ainda planeja cobrar, em uma etapa do plano, cobrar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a submeter novamente as urnas eletrônicas a testes.
Jair Bolsonaro tem tentado usar as Forças Armadas para atacar as urnas eletrônicas. Até agora, as Forças Armadas já enviaram mais de 80 questionamentos sobre o processo eleitoral e fez sugestões de mudanças, que em sua maioria foram acatadas pelo TSE.
Desde que as urnas eletrônicas foram implantadas, há mais de duas décadas, as Forças Armadas nunca lançaram questionamentos e sempre prestaram serviços de logísticas para ajudar no processo eleitoral.
No final de junho, em um ofício enviado à Corte, as Forças Armadas pediram informações e arquivos sobre as eleições de 2014 e 2018. Em sua campanha contra as urnas eletrônicas, Jair Bolsonaro fala que as duas foram fraudadas, mas nunca apresentou provas que não fossem fake news de WhatsApp.
Bolsonaro falou que vai convidar os embaixadores de outros países no Brasil para uma reunião em que vai mostrar “como é o sistema eleitoral brasileiro” e apresentar um powerpoint sobre “tudo que aconteceu nas eleições de 2014, 2018, documentado”.
No ofício, as Forças Armadas dizem apenas que os documentos sobre as eleições de 2014 e 2018 são importantes para “esclarecer e conhecer os mecanismos do processo eleitoral com a finalidade de permitir a execução das atividades de fiscalização do processo eleitoral”.
Bolsonaro insiste em requentar uma farsa para seus propósitos golpistas. As eleições de 2014 e 2018 já foram esclarecidas largamente pelo TSE.
O Ministério da Defesa, questionado, disse apenas que “são fundamentais para que os militares estudem os parâmetros e a estrutura do sistema eletrônico de votação para que possam realizar os trabalhos de fiscalização de forma técnica, séria e colaborativa”.
TSE DEFENDE A DEMOCRACIA
O ministro Alexandre de Moraes, que assumirá a Presidência do TSE em agosto, afirmou que a Corte está atuando para garantir eleições limpas, seguras e tranquilas.
O Tribunal está tomando medidas que se opõem aos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e que tentam impedir a disseminação de fake news durante a campanha eleitoral.
Segundo Alexandre de Moraes, uma tentativa de colocar em risco a democracia “é algo que se pretende e não se conseguirá”. Ele disse ainda que a Corte não vai subestimar “de novo” o papel das milícias digitais na campanha eleitoral.
“Quem se utilizar de milícias digitais estará usando de abuso de poder político e econômico. O TSE fez questão de deixar claro isso em duas decisões, e o Supremo Tribunal Federal reafirmou isso pela Segunda Turma, para que nós possamos garantir que o eleitor tenha a liberdade no momento da escolha de seu voto”, afirmou.
Para o futuro presidente do TSE, “só se escolhe com liberdade aquele que tem informações corretas, não sofre coações, não é bombardeado por mentiras, por discursos de ódio, por notícias fraudulentas, preparadas para atingir determinado objetivo, a veracidade das eleições, atentar contra a democracia”.
No recesso do Judiciário, Moraes está de plantão respondendo pela presidência do TSE.