Na última quarta-feira (8), manifestantes antivacinas tentaram invadir a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para pressionar uma votação de um projeto de lei para proibir que o estado do Rio de Janeiro adotasse o passaporte da vacina.
Seguranças do local tiveram de impedir o grupo de entrar nas galerias, gerando confusão na porta da casa legislativa.
O texto foi apresentado pelos deputados estaduais Filipe Soares (DEM) e Márcio Gualberto (PSL). O projeto recebeu 57 emendas e, agora, volta para as comissões antes de ser votado no plenário.
Com diversas pessoas sem máscara, os bolsonaristas queriam entrar para acompanhar a votação. No entanto, a Alerj já estava ocupada com o número limite de pessoas permitidas. Os seguranças, então, tiveram de conter o grupo. Um dos manifestantes registrou o momento.
“Cenas deprimentes na Alerj onde a bancada bolsonarista inflamou os negacionistas. O bolsonarismo não acaba com a não reeleição de Bolsonaro. São mais de 615 mil pessoas mortas pela Covid e pela negligência do Bolsonaro, mas ainda assim a irracionalidade dos antivacinas grita”, declarou a deputada estadual Renata Souza (PSOL) sobre a situação.
Durante a votação de outros projetos que estavam em pauta no dia, o presidente da Casa, André Ceciliano (PT), chamou a atenção para o uso de máscara contra a Covid-19 e chamou de “vergonha” o fato de os manifestantes estarem quebrando os vidros do local.
“Quebraram o vidro. É isso aí, a gente já conhece essas vergonhas. Vou retirar o projeto de pauta e não entra, hein?”, ameaçou Ceciliano na ocasião. Depois, ele pegou o microfone e pediu que eles “dessem o exemplo”, na tentativa de contê-los.
“A presidência está nos tratando com máximo respeito, por favor, pelo amor que vocês têm a Deus, precisamos dar o exemplo. Aqui na Alerj todos os debates estão sendo permitidos, não há necessidade disso. Isso não ajuda”, afirmou.
Os deputados estaduais bolsonaristas que propuseram projeto afirmam que o passaporte da vacina impõe uma “compulsoriedade vacinal”, isto é, obriga que as pessoas de imunizem contra a Covid-19.
A adoção do passaporte da vacina tem sido uma discussão densa entre a população mundial. No Brasil, ao menos 20 capitais já exigem o comprovante para frequentar eventos ou entrar em determinados estabelecimentos.
Especialistas defendem a medida como forma de evitar a transmissão da doença, principalmente com o avanço da recém-descoberta variante Ômicron, apontada como mais transmissível em estudos preliminares . Além disso, a necessidade de apresentar o certificado estimula a adesão à vacinação.
Na capital, a Prefeitura do Rio de Janeiro adotou o passaporte da vacina e, agora, é obrigatório apresentar o comprovante de vacinação para frequentar hotéis e espaços fechados de bares e restaurantes.