Nesta segunda-feira (09), os trabalhadores metalúrgicos da Renault, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), decidiram manter a greve por tempo indeterminado, iniciada na sexta-feira (6).
De acordo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a paralisação na linha de produção tem como objetivo rediscutir a Participação nos Lucros e Resultados (PLR-2022/23), afetada pelos ajustes da montadora nas bases do acordo de flexibilidade e competitividade firmado em 2020 para garantia da manutenção dos empregos. Além disso, os trabalhadores buscam discutir a reposição das perdas salariais acumuladas nesses últimos 2 anos.
“A velocidade da linha de produção baixou de 60 p/hora (2020-2 turnos) para 52 p/hora – 27p/hora (2022-1 turno e meio). Esses ajustes influenciam no atingimento das metas da PLR. Mesmo atingindo a difícil meta estipulada em 198 mil automóveis neste ano, o valor total projetado da PLR (R$ 15.400,00) está fora da realidade de negócio da empresa que aumentou o preço do carro em mais de 30% em 2 anos”.
O sindicato afirma que a greve também é motivada pelos cerca de 2 mil trabalhadores que se desligaram pelo Plano de Demissão Voluntária (PDV), após o acordo fechado em 2020, quando o número de trabalhadores reduziu de 7 mil, em 2020, para cerca de 5 mil atualmente.
O presidente do SMC argumenta que o objetivo do acordo era de manter os empregos e aumentar a competitividade da montadora de origem francesa. “A empresa atingiu os seus objetivos, mas por outro lado não manteve emprego, reduziu direitos, salários e Participação nos Lucros e Resultados”, disse Butka.
O dirigente sindical afirma, ainda, que todos os trabalhadores estão perdendo com a atual política econômica. “Hoje o trabalhador normal perde cerca de 1,3 salários mínimos por ano com a inflação que está estabelecida e o governo não consegue controlar. Por tudo isso, é necessário voltar à mesa de negociação”, completa.
Uma nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira (11).