Para a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, “Cúpula” de Washington expõe ainda mais a ânsia dos Estados Unidos “pela primazia por trás da fachada de democracia”
Os EUA deram início na quarta-feira (28) à sua segunda ‘Cúpula da Democracia’, encenação que busca angariar incautos para sua cruzada contra a ascensão da política ganha-ganha da China e a restauração soberana da Rússia, cuja convergência marca o fim da ‘ordem unipolar sob regras’ de Washington, vigente há 30 anos.
Para a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, o evento expõe ainda mais a gana por dominação dos EUA. Uma ânsia “pela primazia por trás da fachada de democracia”.
Mao Ning acrescentou que a cúpula “chama descaradamente a traçar uma linha ideológica entre os países e cria divisão no mundo”.
“Os EUA não estão em condição de dar preleções sobre democracia e direitos humanos”, apontou Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa.
EUA: NEGAÇÃO DA DEMOCRACIA
Como registram os clássicos, o imperialismo é a negação da democracia, o que os últimos 30 anos demonstraram à exaustão, com a ocupação pelos EUA do Iraque e Afeganistão, ataque e desmembramento da Iugoslávia, destruição da Líbia e Síria, e golpes e mais golpes mundo afora, o mais notório em Kiev em 2014, que deu início à limpeza étnica contra os russos étnicos.
A guerra de agressão – crime supremo sob Nuremberg – foi cometida por seguidos governos dos EUA, matando milhões e empurrando outros tantos a se tornarem refugiados.
Quanto a crimes de guerra inquestionáveis, há desde a confissão, na TV, da então secretária de Estado Madeleine Albright de que “valeu a pena matar com o bloqueio 500 mil crianças iraquianas”, até o flagrante do “Assassinato Colateral” mostrado por Assange, em que um helicóptero Apache mata dois jornalistas e outros civis em Bagdá, após pedir autorização ao comando.
TORTURAS, SANÇÕES, ASFIXIA
A democracia made in USA incluiu a tortura de presos em Abu Graib e, antes disso, a oficialização da tortura por W. Bush.
Dezenas de países são ilegal e arbitrariamente sancionados por Washington.
Quanto ao dia a dia nos próprios EUA, com a escandalosa asfixia do negro George Floyd por policiais e a invasão trumpista do Congresso ficou muito prejudicada sua pretensão de ser o “farol” da democracia no mundo.
Pretensão muito, muito exagerada, já que entre 1877 e 1964 vigorou o apartheid nos estados do Sul, o que só mudou graças ao levante encabeçado por Martin Luther King.
Que democracia explica que, com 13 porcento da população geral, sejam os negros 40 porcento da população carcerária norte-americana?
Por sua vez, os povos originários foram dizimados e os sobreviventes postos em ‘reservas’, sob o lema da ‘conquista do Oeste’: índio bom é índio morto.
O processo eleitoral é tão arcaico que ainda existe colégio eleitoral. Não existe sequer uma justiça eleitoral federal e imparcial. Não é feriado no dia da eleição. E a Suprema Corte que o uso de dinheiro por oligarcas faz parte de sua ‘liberdade de expressão’. Isso no país mais monopolizado e mais financeiririzado do mundo.