O Consórcio Nordeste, que reúne governadores da região, anunciou na última quinta-feira (5) que suspendeu a compra de 37 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 Sputnik V, da Rússia.
O contrato só será retomado caso haja autorização para o uso do imunizante pelas autoridades sanitárias. class=CToWUd v:shapes=”_x0000_i1025″>
Segundo o presidente do consórcio, governador do Piauí, Wellington Dias, a decisão foi tomada por conta dos condicionantes impostos pela Anvisa e pela não inclusão do imunizante no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
“É lamentável, o Brasil vive uma situação com alta mortalidade, mais de mil óbitos por dia e o surgimento da variante delta. Temos vacinas disponíveis, mas impedidas de entrar no Brasil devido uma decisão da Anvisa que faz uma alteração no padrão de teste junto com a não inclusão do Ministério da Saúde no plano nacional de vacinação e a falta da licença de importação, tivemos a suspensão da entrega da vacina até que se tenha uma autorização do uso do imunizante no Brasil”, disse Dias.
Nesta sexta-feira (6), Dias afirmou que a suspensão da compra da vacina Sputnik V impactará negativamente no cronograma de imunização das pessoas acima de 18 anos em todos os estados da região.
“Estudávamos diminuir o intervalo das doses e não foi possível porque falta vacina. Com a variante Delta no exterior, a Jansen passou a entregar quantidades menores. Estamos em contato com a Pfizer para que eles também não atrasem. A Fiocruz tinha a previsão de concluir a análise de qualidade da produção do IFA em território nacional em julho, mas já estamos em agosto e os trâmites ainda não foram concluídos”, ressaltou Dias.
“As entregas ocorreriam entre junho e agosto. É uma série de fatores que nos impede de chegar ao nível de imunização que planejamos não só no Nordeste, mas no Brasil inteiro”, lembrou o governador.
A Anvisa liberou a importação em junho. Mas determinou uma série de novas exigências e limitações para a utilização do imunizante. Entre os condicionantes estão limites para os lotes e testagem das vacinas para averiguar determinados aspectos, como riscos decorrentes do uso da tecnologia de vírus inativado.
A agência também condicionou a aplicação das vacinas à autorização pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). Os estados cuja importação foi autorizada também precisam realizar estudos de efetividade.
Segundo o governador, o Fundo Soberano Russo informou que as vacinas que seriam destinadas para o Brasil serão enviadas agora para o México, Argentina e Bolívia, e que, assim que o Brasil decidir, as vacinas estarão disponíveis para envio imediato para atender o país.