“As eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo”, diz a nota da embaixada norte-americana
A embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou um comunicado nesta terça-feira (19) no qual afirma que as eleições no Brasil são “modelo” para o mundo. A nota, divulgada um dia após Bolsonaro reunir embaixadores para atacar o sistema eleitoral do país, revela que sua empreitada golpista enfrentará não só uma forte resistência interna, como também no cenário internacional.
No documento, o órgão diplomático afirma, em nome do governo americano, que está “confiante de que as eleições brasileiras de 2022 vão refletir a vontade do eleitorado” e que “à medida que os brasileiros confiam em seu sistema eleitoral, o Brasil mostrará ao mundo, mais uma vez, a força duradoura de sua democracia”.
A embaixada disse, ainda, que o Brasil tem “um forte histórico de eleições livres e justas, com transparência e altos níveis de participação dos eleitores”. “As eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo”, prossegue o comunicado divulgado pela embaixada dos EUA.
A ampla unidade das forças democráticas do país tem sido o caminho adotado pelos brasileiros para barrar as intenções golpistas de Bolsonaro. Ela demonstra ao mundo, inclusive aos EUA, que não há lugar para rupturas na ordem democrática do país, muito menos uma ruptura conduzida por um grupo fascista que nos últimos quatro anos destruiu a economia nacional, vendeu o patrimônio do país e trouxe de volta a fome para 33 milhões de brasileiros.
O repúdio interno às ameaças golpistas de Bolsonaro vieram de todos os setores da sociedade. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado Federal, entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), o IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), a AJUFE (Associação dos Juízes Federais), as Centrais sindicais, partidos políticos, a UNE e demais entidades estudantis, entre outras, protestaram contra a reunião golpista de segunda-feira (18) de Bolsonaro com os embaixadores.
Nesta terça-feira (19), mais de 40 procuradores federais de 27 estados e do Distrito Federal, que atuam na área dos direitos humanos e fundamentais do Ministério Público Federal, enviaram ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um pedido para que o presidente Jair Bolsonaro seja investigado por causa dos ataques, sem provas, ao sistema eleitoral do país.
Mais cedo, um grupo de dez deputados de oposição pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Jair Bolsonaro seja investigado em razão dos ataques sem provas que fez às urnas eletrônicas e à Justiça Eleitoral em encontro com embaixadores estrangeiros na segunda-feira.