O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em cuja gestão cerca de 265 mil brasileiros perderam a vida pela Covid-19, foi indicado por Jair Bolsonaro para escrever o plano de governo para a disputa presidencial, informou o jornalista Lauro Jardim na sua coluna em O Globo.
Segundo Jardim, “o general da reserva e atual candidato a deputado federal pelo PL no Rio de Janeiro tem em mãos a missão de elaborar um programa mais amplo, menos vago do que as 81 páginas do ‘Caminho da prosperidade’, produzido para as eleições de 2018”.
Eduardo Pazuello foi um dos quatro ministros da Saúde que Jair Bolsonaro teve durante a pandemia. Sua gestão foi marcada pelo negacionismo e pela corrupção.
Em vídeo, Pazuello disse que só obedeceu às ordens de Bolsonaro: “um manda e o outro obedece”.
A CPI da Pandemia acusou Eduardo Pazuello dos crimes de epidemia com resultado em morte, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, comunicação falsa de crime e crimes contra a humanidade.
Na gestão de Pazuello, o país não teve nenhuma política de combate ao coronavírus. Pelo contrário, o governo federal se empenhou em iludir a população mentindo sobre a eficácia da cloroquina e da ivermectina no tratamento.
Foi enquanto ele estava na chefia que o Ministério da Saúde enviou, em janeiro de 2021, médicos para Manaus para palestrar e fazer propaganda sobre a cloroquina. Isso no auge da pandemia na região, com um pico de mortes assutador. Também lançou na cidade o aplicativo TrateCov, que orientava os médicos a receitarem cloroquina para todos os pacientes com sintomas de Covid-19.
Alguns dias depois, o número de casos explodiu na cidade, chegando a morrer 250 pessoas em um único dia pela doença. Pela incompetência do Ministério da Saúde, pacientes morreram asfixiados porque faltou oxigênio medicinal.
Eduardo Pazuello também recusou, sob ordem de Bolsonaro, dezenas de ofertas de vacinas feitas pela Pfizer e pelo Instituto Butantan, o que atrasou em meses a vacinação no Brasil.
Ao mesmo tempo, seus indicados estavam pedindo propina de US$ 1 para cada dose de vacina que fosse comprada.