O senador licenciado e ex-vice-líder do governo Bolsonaro, Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com cerca de R$ 33.150,00 escondido entre as nádegas durante uma ação de busca e apreensão da Polícia Federal em sua casa, pode retornar ao Senado em fevereiro.
O parlamentar é acusado de desviar recursos que seriam destinados para o combate da Covid-19 em Roraima.
Chico Rodrigues pediu afastamento do Senado por 121 dias. Com o fim da licença, o senador quer retomar seu posto no próximo dia 17 de fevereiro. Após 3 meses do flagrante e afastamento do senador, seu suplente não foi convocado pelo presidente da Casa, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O primeiro suplente de Chico Rodrigues é seu filho, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM-RR).
Chico Rodrigues é acusado de chefiar uma organização criminosa que se apoderou das verbas que deveriam servir para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) para combater a pandemia de Covid-19. O total enviado para Roraima para esta finalidade foi de cerca de R$ 40 milhões.
Segundo a Polícia Federal, empresas ligadas, direta e indiretamente, ao senador eram beneficiadas por licitações dirigidas e com preços superfaturados.
100 % dos leitos de UTI ocupados
Não por acaso a situação hospitalar na terra do senador bolsonarista do dinheiro na cueca é gravíssima.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde (Sesau), na noite deste domingo (10), os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para coronavírus do Hospital Geral de Roraima (HGR) atingiram 100% de ocupação.
O HGR é a única unidade com capacidade de tratar casos graves da doença no estado, com 30 leitos de UTI. O Hospital conta ainda com 75 leitos clínicos, com 75% de ocupação, e 5 leitos semi-intensivos desocupados. Outro hospital, o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré, tem 8 leitos de UTI com 7 ocupadas.
O estado contabiliza 69.785 casos de infectados e 793 mortes pela doença.