O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense informou que uma explosão ocorrida na manhã desta quarta-feira (15) na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, deixou 30 funcionários intoxicados. Os trabalhadores foram levados para hospitais da região.
A explosão aconteceu quando a escória de uma das três panelas da área de aciaria caiu fora de área específica causando forte deslocamento de ar e uma grande nuvem de pó atingiu os funcionários da empresa.
A explosão foi ouvida por moradores da cidade que também relataram tremor e uma coluna de fumaça que se formou sobre a usina após o acidente.
Este foi o quinto acidente na empresa nos últimos 12 meses. Em 2018, o funcionário Daniel Silvério Bragança, de 34 anos, teve 85% do corpo queimado durante uma atividade de manutenção na área de laminação a frio e, no dia 30 de março deste ano, sete funcionários foram internados por intoxicação, nas mesmas circunstâncias do acidente de hoje.
O sindicato, especialistas em acidentes de trabalho e o Ministério Público do Trabalho, que já foram acionados várias vezes para investigar o crescente número de acidentes na siderúrgica apontam que, além do risco inerente do trabalho em uma siderúrgica, as principais causas desse aumento são a terceirização dos serviços, com inexperiência e alta rotatividade de trabalhadores, o excesso de trabalho com cada vez menos direitos, turnos exorbitantes e baixa manutenção dos equipamentos.
Segundo o sindicato, “esse processo em que ocorreu o acidente de hoje faz parte da rotina na transformação do ferro-gusa em aço” mas, explica que, “provavelmente, o local estaria contaminado com água, forramento não adequado, entre outros”.
O presidente do sindicato, Silvio Campos, esteve no Hospital das Clínicas, logo após a informação do acidente, e acompanhou o atendimento às vítimas.