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1,5 milhão de famílias estão na fila do Auxílio Brasil. O aumento, que dobrou em dois meses, revela o empobrecimento da população brasileira, com o desemprego recorde, a inflação acelerada e sem proteção social para as populações mais carentes por parte do governo federal.
Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mais de 130,5 mil famílias estão na fila para receber o auxílio nas principais capitais do país, como Rio e São Paulo.
Segundo o Mapa da Nova Pobreza, elaborados pela FGV, em 2021, o total de pessoas com renda domiciliar per capita até R$ 497 mensais atingiu 62,9 milhões de brasileiros. Esse número corresponde a 9,6 milhões de pessoas a mais do que em 2019.
“Essa fila, no país e nas capitais, é resultado desse empobrecimento da população nos últimos dois anos. E também da oferta de um auxílio mais generoso, que chega a R$ 600”, diz o diretor da FGV Social, Marcelo Neri.
Segundo ele, com o fim do Auxílio Emergencial (dado durante a pandemia) e a transição para o Auxílio Brasil, pelo menos 20 milhões de famílias ficaram sem nenhuma ajuda financeira. “A demanda dessa população por ajuda financeira ajuda a aumentar a fila”, diz.
“Como o Estado brasileiro não consegue aumentar a oferta de proteção social, a fila cresce”, diz Marcelo Neri.
Ele ainda critica os critérios do auxílio, que segundo ele “não foram bem formulados”.
“Não está focando os mais pobres. Por exemplo, não dá mais recursos para famílias maiores e isso poderia ser feito usando a informação do Cadastro Único. As famílias menores têm renda per capita mais alta”, observa.