
Brutalidade do rio ao mar: assalto visou o campo de refugiados de Jenin. Adam Samer al-Ghoul, de oito anos, foi morto com um tiro na cabeça; Basil Suleiman Abu al-Wafa, de 15, com um tiro no peito
As forças de ocupação israelenses mataram meninos palestinos de oito e 15 anos durante um ataque de horas em Jenin, na Cisjordânia ocupada.
As duas crianças assassinadas foram identificadas pelas autoridades palestinas: são Adam Samer al-Ghoul, de oito anos, e Basil Suleiman Abu al-Wafa, de 15. Adam foi morto com um tiro na cabeça e Basil, com um tiro no peito.
Em relatos à Al Jazeera, os moradores se disseram “chocados” com a escala e violência do ataque dos invasores israelenses ao campo de refugiados. Registre-se que Jenin é invadida pelo exército israelense praticamente todas as noites, mas a brutalidade dessa operação surpreendeu os residentes.
Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, chamou o assassinato do menino Adam Samer, pelas forças israelenses, de “execução a sangue frio”.
“Nenhum palestino está seguro sob a ocupação israelense”, escreveu Albanese nas redes sociais, acompanhando um vídeo da morte da criança em Jenin na quarta-feira.
Fontes locais e de segurança disseram à agência de notícias palestina Wafa que as tropas israelenses forçaram os moradores do bairro de ad-Damj a deixarem suas casas sob a mira de armas e destruiram ruas do bairro. Wafa disse que o exército de ocupação também bombardeou uma casa usando um drone.
Um rapaz ferido morreu em decorrência da obstrução, pelas tropas israelenses, da ambulância chamada para levá-lo para atendimento em um hospital.
Há 56 anos, contra todas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, Israel mantém sua ocupação colonial sobre território palestino na “margem ocidental” do Rio Jordão, a Cisjordânia, perpetra apartheid contra os palestinos e violenta diariamente a população.
Ocupação cujo objetivo declarado é a limpeza étnica, como nunca esconderam os fanáticos que vivem nos “colonatos”, graças à proteção da ocupação militar e aos generosos subsídios garantidos no orçamento israelense.
A ponto de o “ministro da Segurança” israelense, ele próprio ser um colono, isto é, um assaltante de terras e morador de terra ocupada, Itamar Ben-Gvir, o chefe dos pogroms contra palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, o cúmplice de Netanyahu na insana jornada que acaba por apagar quaisquer disfarces no sistema de apartheid em vigor.
Na reunião do gabinete israelense que discutiu a prorrogação por 48 horas da trégua humanitária em Gaza, com Netanyahu sob imensa pressão internacional e interna, Ben-Gvir ameaçou o governo de dissolução, se a guerra a Gaza não continuar.
Desde o 7 de outubro – o levante contra o cerco de 16 anos a Gaza e contra os “56 anos de ocupação sufocante” -, a psicopatia no poder em Israel, em paralelo com o genocídio que está promovendo em Gaza, dedicou-se a tentar aterrorizar os civis da Cisjordânia, multiplicando a brutalidade e a covardia contra os palestinos, a quem os empedernidos racistas vêem como inferiores e “sub-humanos”.
JÁ SÃO 104 AS CRIANÇAS MORTAS NA CISJORDÂNIA
Khaled Quzmar, da Defense for Children International Palestine, disse à Al Jazeera que 104 crianças foram mortas na Cisjordânia ocupada desde o início do ano.
Em Gaza – ele apontou – mais de 6.000 crianças foram mortas durante a guerra e se acredita que mais de 3.000 outras ainda estejam sob os escombros das casas, igrejas, mesquitas ou hospitais destruídos.
“É a primeira vez em mais de 30 anos em que trabalhamos nesta questão… [que] documentamos esses números”.
“As crianças devem ser protegidas em qualquer circunstância, mesmo durante a guerra. Israel, como potência ocupante, tem a obrigação de oferecer proteção integral às crianças e evitar qualquer tipo de ataque ou qualquer dano às crianças”.
A Sociedade de Prisioneiros Palestinos (PPS) e a Autoridade para Assuntos de Prisioneiros denunciaram que as forças israelenses prenderam 35 palestinos na Cisjordânia ocupada nas últimas 24 horas, incluindo uma criança de 12 anos. O número total de pessoas presas desde 7 de outubro agora é de mais de 2.000. .