“Reunião com embaixadores foi um vexame internacional”, disse, acrescentando que as eleições de outubro não eximem o Congresso de “cumprir o seu papel e abrir um processo de impeachment”
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, ex-deputado constituinte, divulgou nesta terça-feira (19), uma nota oficial à imprensa pedindo ao Congresso Nacional que abra um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro.
Ele afirmou que a reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores foi um “vexame internacional” e que as eleições de outubro não eximem o “Congresso Nacional de cumprir o seu papel e abrir um processo de impeachment”.
Freire destacou que o presidente da República expôs o país e os brasileiros. “Tal desequilíbrio se explica pelo verdadeiro pavor que tem de ser preso pelos crimes que, no íntimo, sabe ter cometido”, declarou.
“Isso não exime o Congresso Nacional de cumprir o seu papel e abrir um processo de impeachment”, disse. Segundo Freire, os crimes de responsabilidade de Bolsonaro foram praticados “aos olhos do mundo”.
Freire ainda lembrou que as urnas eletrônicas deram a Bolsonaro e a seus filhos “diversos mandatos”.
Leia a nota na íntegra
Nota Oficial
Entre atônitos e perplexos, embaixadores de dezenas de países assistiram a um espetáculo tão deprimente quanto ridículo protagonizado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que perdeu qualquer compostura que ainda pudesse ter pelo cargo que ocupa.
Bolsonaro expôs o Brasil e os brasileiros diante do mundo. Colocou abaixo de seus interesses mais paroquiais a pátria que no seu slogan estaria acima de todos. Tal desequilíbrio se explica pelo verdadeiro pavor que tem de ser preso pelos crimes que, no íntimo, sabe ter cometido.
As urnas eletrônicas que deram a ele e a seus filhos diversos mandatos tirarão de Bolsonaro em outubro não apenas o cargo, mas o foro especial por prerrogativa de função. E o poder e a influência que hoje detém sobre os órgãos de controle.
Mas isso não exime o Congresso Nacional de cumprir o seu papel e abrir um processo de impeachment. Senão pelo conjunto da obra, pelos crimes contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais e contra o livre exercício dos Poderes constitucionais praticados hoje aos olhos do mundo.
Bolsonaro está usando o poder federal para impedir a livre execução da Lei Eleitoral e incitando militares à desobediência à lei e à infração à disciplina. Os presidentes da Câmara e do Senado precisam evitar a mais completa desmoralização não de Bolsonaro, essa já consumada, mas do Brasil.
Roberto Freire
Presidente Nacional do Cidadania