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“Não é possível tratar da luta pelo desenvolvimento nacional sem tratar da luta antirracista”, afirmou a presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, na abertura da 1ª Conferência Nacional de Combate ao Racismo, realizada pelo partido na última sexta-feira (4).
“Essa Conferência acontece em um contexto de retomada, de uma vitória espetacular do povo brasileiro. Uma vitória que teve o DNA da elaboração tática do nosso partido, que defendeu com todas as forças a frente ampla. E com esse binômio, a liderança popular do presidente Lula e a frente ampla, foi possível garantir a vitória do nosso campo num país tão importante para o mundo e para a América Latina, que é o Brasil. Nossa batalha continua, de restaurar a democracia, desencadear um novo ciclo de desenvolvimento soberano e garantir a vida digna para o povo.
E para isso precisamos de crescimento da economia, geração de emprego e renda e a retomada de políticas públicas”, ressaltou.
Fazendo um resgate histórico do processo de formação da nação brasileira, apontando o fato de “o Brasil ter recebido metade de todo o fluxo de escravos do mundo”, Luciana, ressaltou também que “a gente não podemos deixar de dizer que teve fatos objetivos que levaram ao processo da abolição da escravatura, ao esgotamento daquele modelo econômico de acumulação de riqueza, mas também houve uma grande frente democrática, foi uma grande frente ampla, que se estabeleceu para se constituir uma unidade nacional pela abolição.”
“A Assembleia Legislativa de Pernambuco chama-se Joaquim Nabuco. Joaquim Nabuco é uma referência da luta contra a escravatura, embora ele fosse monarquista. Então, conseguiu-se atrair poetas, como Castro Alves, que marcou essa luta, e a participação importante da Dandara, uma liderança que é pouco exaltada, ao lado de Zumbi dos Palmares, que constituíram quilombolas, que têm feitos heroicos. Esses são episódios que precisamos jogar luz na nossa história”, afirmou.
De acordo com a ministra, “a herança da escravidão, um modelo econômico tão cruel, deixou marcas profundas de exploração e desigualdade no país, que não terminaram. A marginalização têm forte impacto na população negra”. “Eles ainda são os que têm menor escolaridade, menor formação profissional, ocupam cargos menos qualificados e com salários mais baixos e compõem a maioria do contingente de trabalhadores e trabalhadoras precários, desempregados e subempregados”, apontou Luciana.
Para Luciana, a luta pela superação do racismo passa por políticas como “desracionalização das relações socioeconômicas, superação da hiperexploração da força de trabalho, combate à concentração de renda, diversificação da atividade econômica que possibilite desenvolvimento e independência, e pela realização de uma arrojada plataforma de lutas, contendo políticas universais e afirmativas”.
“O combate ao racismo é uma necessidade para reforçar a união do povo brasileiro” e essa adesão “é decisiva para a jornada pela emancipação social e nacional”. “A luta política pela desconstrução do racismo e por um Brasil mais justo é uma necessidade civilizatória. Nós comunistas nos somamos à luta mais ampla em defesa de um Projeto Nacional de Desenvolvimento antirracista e democrático que promova equidade e mais coesão do povo, dando substância ao ideário de nação”, completou Luciana Santos.
A Conferência Nacional de Combate ao Racismo está sendo realizada após 24 conferências estaduais, que elegeram mais de 500 delegados para etapa nacional. O encontro acontece de forma híbrida neste fim de semana e no próximo, quando os delegados devem aprovar a resolução do encontro no sábado (12).