O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, afirmou que com a vacina nós venceremos o vírus e “a racionalidade vencerá o obscurantismo”.
“Não tenho dúvidas de que a ciência, que agora conta com a tão almejada vacina, vencerá o vírus; a prudência vencerá a perturbação; e a racionalidade vencerá o obscurantismo. Para tanto, não devemos dar ouvidos às vozes isoladas, algumas inclusive no âmbito do Poder Judiciário, que abusam da liberdade de expressão para propagar ódio, desprezo às vítimas e negacionismo científico!”, declarou Fux, em discurso na solenidade de abertura do Ano Judiciário de 2021.
“É tempo de valorizarmos as vozes ponderadas, confiantes e criativas que laboram diuturnamente, nas esferas públicas e privadas, para juntos vencermos essa batalha”, prosseguiu o ministro.
Fux lembrou que mais de 200 mil vidas foram levadas pela pandemia, deixando familiares. “O momento é de compaixão pelas mais de 200 mil vidas levadas pela pandemia, bem como de seus familiares que aqui ficaram. É que, por trás dessas estatísticas crescentes, há pais, mães, avós, filhos, netos e amigos queridos que se foram”.
O ministro disse que diante dessa realidade o STF “operou escolhas corretas e prudentes para a preservação da Constituição e da democracia, impondo a responsabilidade da tutela da saúde e da sociedade a todos os entes federativos, em prol da proteção do cidadão brasileiro”.
“Privilegiamos na pauta casos de direta repercussão para o enfrentamento da pandemia, adaptando a agenda de julgamento da Corte para pacificarmos conflitos urgentes e garantirmos um mínimo de segurança jurídica e coordenação social nesse caos insondável”, lembrou o presidente do STF.
Fux estava sentado ao lado de Jair Bolsonaro e do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A solenidade foi realizada de forma mista, presencial e virtual.
O presidente do STF criticou a fala do desembargador Carlos Eduardo Contar, presidente do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ-MS), que, em discurso de posse no dia 22 de janeiro, minimizou os riscos da pandemia, atacou as medidas de prevenção e foi compartilhado de forma elogiosa por Jair Bolsonaro.
“Confesso, fiquei estarrecido com o pronunciamento de um presidente de TJ minimizando as dores desse flagelo”, disse Fux.
“Voltemos nossas forças ao retorno ao trabalho”, disse o desembargador Carlos Eduardo Contar. “Desprezemos pois o irresponsável, o covarde e picareta da ocasião que afirma ‘fiquem em casa’”. “Mostremos nós trabalhadores do serviço público responsabilidade com os deveres e obrigações com aqueles que representamos, e por isto mesmo, retornemos com segurança, pondo fim à esquizofrenia e palhaçada midiática fúnebre”, continuou o desembargador negacionista do TJ-MS.
O procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, disse que Ministério Público Federal (MPF) está “empenhado para que a vida tenha seu curso normal, pela garantia do abastecimento de oxigênio, pela vacinação”.