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Os trabalhadores da General Motors (GM) decidiram manter a greve da categoria, após a audiência de conciliação, realizada na sexta-feira (27) entre a direção da montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, terminar sem acordo.
Os metalúrgicos das unidades da GM de São José dos Campos, São Caetano e Mogi das Cruzes, em São Paulo, estão em greve desde a demissão em massa na empresa, no último sábado (21). Segundo o sindicato, 1.200 funcionários foram demitidos nas três unidades, sendo a de São José dos Campos com o maior número de demitidos.
A audiência de sexta-feira foi determinada pela Justiça do Trabalho para que as partes chegassem a um acordo.
A categoria e o sindicato afirmam que as demissões são ilegais, já que os trabalhadores foram dispensados sem nenhuma negociação prévia com os sindicatos e ainda descumprindo acordo de estabilidade no emprego firmado anteriormente.
De acordo com o sindicato, durante a audiência, o desembargador João Alberto Alves Machado, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), chegou a propor a suspensão de 800 demissões, mas a montadora não aceitou.
O desembargador também solicitou que a GM apresente em 24 horas o acordo de layoff celebrado com o sindicato, no qual, segundo a entidade, havia a garantia de estabilidade no emprego para todos os funcionários da fábrica.
Também foi encaminhado que GM e o sindicato busquem alternativas em relação às negociações. Na ocasião, o sindicato se posicionou reafirmando a decisão tomada em assembleia dos trabalhadores: “qualquer negociação só será aberta depois que as demissões forem canceladas”.
Durante a reunião, a multinacional voltou a argumentar que “as demissões foram necessárias em razão da queda nas vendas dos produtos fabricados na unidade de São José dos Campos, o que implica em queda de produção”.
O que o sindicato contesta, já que os licenciamentos de veículos Chevrolet cresceram 6,35% entre janeiro e setembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado e, além disso, somente este ano, a General Motors recebeu R$ 50 milhões em benefícios fiscais do governo federal.
“Empresa que recebe dinheiro público e isenção de impostos tem de ser proibida de fazer demissões”, afirma o sindicato.
Sem acordo, uma nova audiência foi marcada pela Justiça para o dia 8 de novembro.