Laudo da perícia indica sinais de execução, como disparos nas costas e crânios perfurados
O governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro declarou nesta quinta-feira (25) durante entrevista coletiva a jornalistas, realizada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que os nove mortos no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), no domingo (21), durante uma ação policial não deveriam estar fazendo “coisa boa”.
“Gente, aqui ninguém é criança. Ninguém vai camuflado pro mangue trocar tiro com a polícia de airsoft. Se foi completamente vestido camuflado trocar com tiro com a polícia no mangue, certamente coisa boa não estava fazendo”, sugeriu Castro.
Os laudos periciais indicam que seis das nove vítimas foram encontradas usando roupas camufladas, que seriam usadas como uma espécie de “uniforme” do tráfico de drogas no Rio.
Segundo a perícia, os corpos foram encontrados com sinais de execução, como disparos nas costas e crânios perfurados por balas. 44 tiros foram disparados contra as 9 vítimas.
Antes da declaração, Castro disse que o governo “trabalha todos os dias para melhorar as ações das polícias”. Ao ser questionado sobre as frequentes mortes ocorridas em operações no estado, em especial a chacina no Jacarezinho, o governador negou haver recorrência de mortes em operações das instituições fluminenses. Ocorrida em maio, a operação da Polícia Civil na comunidade do Jacarezinho deixou 28 mortos, incluindo um policial.
“Eu não creio que isso seja uma recorrência. A [ação] da Polícia Civil no Jacarezinho foi o cumprimento de mandado judicial e agora foi uma operação da Polícia Militar. Como eu digo, a gente apoia sempre as polícias, mas não apoia, por óbvio, os erros”.
O governador disse que a operação no Complexo do Salgueiro está sendo investigada pela Polícia Civil e afirmou que se for constatados erros de agentes, eles serão punidos pela corporação. Apesar da fala, Castro reforçou o apoio às polícias do estado.
“Eu duvido que uma instituição puna tanto os seus quanto as polícias do Rio de Janeiro. A polícia tem punido exemplarmente os seus que fazem o mal, mas o nosso papel aqui é de apoiar a instituição Polícia Civil, a instituição Polícia Militar, a instituição Corpo de Bombeiros”, completou.