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A direção da Petrobrás elevou na sexta-feira (1º) em 18,6% o preço do querosene de aviação (QAV) vendido para as distribuidoras.
A alta no querosene de aviação é o principal motivo, apontado pelas companhias aéreas, para o aumento nos preços das passagens. Com o reajuste, a média por litro do combustível saiu de R$ 3,96, cotado em 23 de março, para R$ 4,69 na última sexta.
Seguindo a política de atrelar os preços dos combustíveis produzidos no Brasil ao dólar e à cotação do barril do petróleo no mercado internacional, o governo já havia autorizado, em março, que a Petrobrás reajustasse em 18,8% o preço da gasolina, 24,9% o preço do diesel, e 16,1% o preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP) – o popular gás de cozinha.
Nos postos do país, o preço médio do litro da gasolina ficou em R$ 7,202, nesta semana (27/03 a 02/04/2022), segundo levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Por sua vez, o preço do diesel ficou em R$ 6,593 nesta semana, de acordo com a pesquisa semanal da ANP.
Já o preço médio do botijão de gás de cozinha de 13 kg ficou em R$ 113,63. De acordo com a ANP, o valor mais alto do gás foi encontrado na região Centro-Oeste (R$ 160), seguido pelo Sul (R$ 155), Norte (R$ 150), Sudeste (R$ 149) e Nordeste (R$ 139).
“Hoje paga-se pelo alto preço do petróleo no mercado internacional. É inviável”, criticou o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Nelson Marconi, em entrevista ao HP, ao criticar o PPI (Paridade de Preços de Importação), política que obriga a Petrobrás a atrelar seus preços às referências do mercado internacional, mais os custos de importação.
Em linhas gerais, Marconi defende o fim da paridade de importação para os derivados e a instituição de um novo parâmetro que parta do preço de exportação de óleo bruto pela Petrobrás. “A ideia é se balizar não no preço de compra, mas no preço pelo qual a Petrobrás vende seu petróleo ao exterior”, explicou Marconi.
Nelson Marconi também destaca a necessidade de retomar os investimentos em refino, que vêm sendo reduzidos desde 2014.
“Para sair da lógica do preço de paridade de importação, a Petrobrás precisa retomar a produção do petróleo refinado. Reduzir a ociosidade das refinarias e retomar as obras das que estão paradas”, defendeu o professor da FGV. “Por isso um fundo que garanta os investimentos é necessário”, defendeu.
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