O processo de desmonte do Brasil implementado pelo governo Bolsonaro parece não ter limites. A sanha de reduzir custos, no país assolado pelo desemprego, bloqueio nas verbas da educação, economia paralisada e beirando a recessão, chega às estatais, com programas de cortes que preveem demissões e desligamento de mais de 21,5 mil funcionários.
Esse número não inclui o programa de demissão voluntária (PDV) anunciado pela Petrobrás em abril, que prevê a demissão de 4,3 mil funcionários. Somados, serão 25,8 mil trabalhadores demitidos até o final de 2019.
Segundo o Ministério da Economia, sete PDVs ou programa de aposentadoria incentivada de estatais já foram aprovados pelo governo. “Além desses, já temos outros quatro programas em discussão”, disse o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Economia (Sest), Fernando Soares, em entrevista ao G1.
Conforme informações da Sest, entre as empresas que já iniciaram esse processo estão Correios, Serpro, Petrobrás, Embrapa e Infraero.
Os Correios já lançaram PDV com previsão de demissão de 7,3 mil funcionários; a Petrobrás prevê desligamento de 4.300 empregados que estejam aposentados até junho de 2020; a Infraero pretende afastar cerca de 600 funcionários próximos da idade de se aposentar e alocados em aeroportos privatizados e a Embrapa vai demitir 2.800 trabalhadores acima de 58 anos e com ao menos 20 anos de empresa.
O total de estatais que implementarão programas de demissões ainda não foi divulgado. Apesar da orientação do governo, o secretário explica que a abertura de PDVs ou programas de aposentadoria incentivada é uma “decisão estratégica de cada empresa” e não cabe ao governo “queimar a largada”.