“O resultado mais trágico do apagão científico que estamos sofrendo hoje são os quase 680 mil brasileiros mortos pela Covid”, declarou, em visita à 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
O ex-presidente Lula visitou a 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Brasília, na manhã desta quinta-feira (28), e condenou o “apagão científico” provocado pelo governo Bolsonaro.
“O resultado mais trágico do apagão científico que estamos sofrendo hoje são os quase 680 mil brasileiros mortos pela Covid. Muitos deles porque o atual presidente ignorou todas as recomendações da comunidade científica, chegando ao cúmulo de boicotar as vacinas”, disse Lula.
“O atual governo colocou o Brasil numa máquina do tempo rumo ao passado” na Ciência, chamou a atenção o ex-presidente.
“A redução de investimentos na educação e ciência, ataques às universidades e desemprego levam à perda de pessoal qualificado para o exterior. Jovens são movidos a sonhos e desafios. Precisamos trazer de volta condições para que sejam estimulados a atuar na reconstrução do país”, enfatizou Lula.
“O atual governo colocou o Brasil numa máquina do tempo rumo ao passado”
O ex-presidente sinalizou ações para um eventual novo mandato, no qual a pesquisa científica, a inovação e a educação serão prioridades e alavancas para solução de problemas como a pobreza e a desindustrialização.
“Estou certo de que seremos capazes de fazer com que a pesquisa científica, a inovação e a educação sejam colocadas novamente no centro das questões nacionais. Que elas sejam revalorizadas como alavancas para o crescimento econômico, a reindustrialização do país e a redução da pobreza, buscando uma economia ambientalmente sustentável e solidária”, disse.
Lula destacou também que um projeto de nação capaz de enfrentar os desafios do tempo presente, rumo ao futuro, não pode renunciar aos compromissos com a democracia, o desenvolvimento econômico, educacional, científico e tecnológico, a inclusão social, a redução das assimetrias regionais e a pluralidade cultural.
“A soberania nacional e a defesa do meio ambiente devem caminhar juntas e orientadas para a ampliação da cidadania, do trabalho e da renda. O avanço nestes campos foi – e é – fruto de lutas e resistências das forças progressistas ao longo da nossa trajetória histórica, e, portanto, deve ser defendido e aprofundado”, sentenciou.
Lula se comprometeu a elevar os orçamentos dos órgãos de pesquisa e fomento da Ciência.
“Os orçamentos das agências de fomento federais, destacadamente os do CNPq, FINEP e CAPES, devem ser recuperados e ampliados a partir dos patamares mais elevados alcançados nos governos do PT”.
O ex-presidente pediu uma mobilização nacional em defesa da Educação, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Meio Ambiente, dos Direitos Humanos, da Saúde e demais patrimônios da nação e a lutar pela preservação da vida, pela garantia da soberania e pela redução das desigualdades do país. “Convido a todos e a todas para o avanço na retomada do processo de desenvolvimento, numa perspectiva do uso dos recursos naturais com sustentabilidade e inclusão”, assinalou.
Lula ainda destacou os avanços que a Ciência obteve durante seu governo.
“O PAC da Ciência foi discutido e aprovado pelo CCT antes de ser lançado publicamente. E nos quatro anos do PAC, de 2007 a 2010, o Plano foi integralmente executado, com recursos de R$ 41 bilhões de reais, que correspondem em moeda de hoje a mais de R$ 70 bilhões de reais”, sustentou.