O governo Bolsonaro decidiu, em reunião de ministérios, manter o sigilo de 100 anos sobre o processo que não puniu o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por ter participado de manifestação antidemocrática ao lado de Jair Bolsonaro.
Em maio de 2021, dois meses depois de ter deixado o Ministério da Saúde, o general da ativa Eduardo Pazuello participou e discursou em uma manifestação com Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro contrariando regras do Exército.
A participação de militares da ativa em movimentos político-partidários é proibida pelo Estatuto das Forças Armadas e pelo Regulamento Disciplinar do Exército. O Exército decidiu não punir Pazuello.
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Depois disso, o governo Bolsonaro conseguiu impor um sigilo de 100 anos sobre o processo. Todo o processo foi visto como uma agressão por membros das Forças Armadas.
Uma comissão composta por membros de sete ministérios do governo federal se reuniu para discutir um pedido de acesso à documentação feito pela Folha de S.Paulo.
Negado o pedido, foi reafirmado que o sigilo sobre a decisão de não punir Pazuello será mantido pelos próximos 99 anos.
A argumentação apresentada foi de que a divulgação do documento representaria risco aos princípios da hierarquia e da disciplina do Exército.
A argumentação apresentada por Pazuello e Bolsonaro, na época do julgamento, foi de que o ato não tinha característica político-partidária.
Pazuello passeou de moto e subiu no trio-elétrico com Bolsonaro, onde fez discurso defendendo o governo.
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