O pedido de falência da gráfica RR Donnelley Editora, multinacional que imprimia as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e anunciou que iria se retirar do país, deixou na mão centenas de trabalhadores sem salário nem verbas rescisórias, FGTS e demais direitos trabalhistas.
Na última sexta-feira (5) os trabalhadores realizaram uma manifestação em frente ao Consulado norte-americano. Como forma de protesto os gráficos espalharam seus uniformes pela rua para demonstrar que a farda que usaram durante anos de dedicação à gráfica, agora não tem valor algum. O sindicato também protocolou uma carta ao Consulado solicitando apoio e intervenção do governo norte-americano junto à direção da RR Donnelley.
Segundo o recém eleito presidente do Sindicato dos Gráficos de Osasco e Barueri, Joaquim de Oliveira, que assumirá o mandato em 1° de maio, “a RR Donnelley ganhou muito dinheiro do governo com a impressão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), lucrou em cima do nosso trabalho e agora avisa que vai deixar o país e não quer pagar nossos direitos”, disse Joaquim.
Com 19 anos de serviços prestados à gráfica, Joaquim explica que a RR Donnelley, que teve seu pedido de falência aprovado pela Justiça em tempo recorde, pegou os trabalhadores de surpresa na calada da noite do dia 31 de março, ao expor a notícia em um comunicado que dizia que a multinacional norte-americana estava encerrando suas atividades no Brasil e pedindo falência. Desde então, os 970 trabalhadores estão tendo que realizar atos de protestos para receber as verbas rescisórias e a liberação do FGTS.
“O advogado da gráfica disse que a empresa não irá pagar nada! Que não tem nenhuma proposta sobre as verbas rescisórias. Nós estamos fazendo de tudo para denunciar está prática da empresa aqui no Brasil, que não é de agora; a empresa teve está atitude em 2014 na Argentina”, explicou Joaquim de Oliveira.
A categoria reivindica a liberação, com urgência, do FGTS e do Seguro Desemprego e baixa na Carteira de Trabalho. Os trabalhadores também exigem que a RR Donnelley apresente uma proposta de pagamento imediato das verbas rescisórias e multa de 40% do FGTS dos trabalhadores, e também a liberação para que os gráficos possam entrar na empresa, para que possam retirar seus pertences pessoais do local.
Joaquim informou ainda que na segunda-feira (15) representantes da empresa iram se reunir com os gráficos para discutir a liberação de documentos para que os funcionários da empresa possam requerer o saldo do FGTS e o seguro-desemprego.
ANTÔNIO ROSA
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Os professores e diretores não devem se preocupar. É só mostrar documentos que comprovem onde foi gasto o dinheiro sem propinas. É isto que terão de fazer.
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