O ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que as denúncias de corrupção na compra de vacinas facilitam o processo de impeachment de Jair Bolsonaro e que sua reeleição está cada vez mais longe.
Com a crise política, “há mais circunstâncias para a defesa [do impeachment]. Seja como for, vejo uma dificuldade muito grande de ele se reeleger”, disse Kassab.
“Não se pode banalizar o impeachment, é preciso ter cuidado. A base governista é grande e não pode ser menosprezada também. Mas quando é inevitável, é inevitável”, comentou.
Para o ex-prefeito, Jair Bolsonaro tem se desgastado com as diversas vezes em que teve atitudes opostas à proteção contra o coronavírus. Além das diversas vezes em que esteve em público sem máscara, Bolsonaro tirou a máscara de uma criança que segurou no colo e pediu para outra tirar enquanto falava no microfone.
“A marca de Bolsonaro é a postura na pandemia. Na hora em que não usa máscara, em que tira a máscara do menino, dá a impressão de que não tem sentimento. Imagina a pessoa que perdeu um parente vendo aquilo. Gera um descontentamento”, disse Kassab à Folha de S.Paulo.
Ainda na entrevista, o presidente do PSD comentou sobre possíveis candidaturas à Presidência em 2022. Kassab acredita que Lula (PT) “vive um processo de vitimização” e que “ele vai ter que apresentar seus projetos ainda”.
Sobre Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará, Gilberto Kassab disse que “tem seus méritos, mas dificuldades de entrar à esquerda devido ao Lula, e com o centro ocupado”.
Gilberto Kassab disse que apoia o nome do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), como candidato à Presidência da República em 2022, “mas o partido ainda vai se definir”. Pacheco foi eleito à Presidência do Senado também com o apoio de Jair Bolsonaro.