A pesquisa feita pelo IBOPE, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada na última quarta-feira (8), revela que a maioria absoluta da população brasileira (81%) é contra a elevação da idade mínima para aposentadoria, pretendida pelo governo Bolsonaro.
O resultado desagradou o governo e os bancos, que estão de olho nos recursos arrecadados para pagar as aposentadorias. Diante disso, parte da mídia que apoia o assalto aos aposentados pinçou um dado isolado da pesquisa e saiu dizendo que a maioria da população é a favor da reforma da Previdência. Pura manipulação. Os 59% que disseram ser a favor de reformar a Previdência, não apoiam a proposta do governo.
A maioria dos brasileiros é a favor de mudar a Previdência sim. Só que para melhor e não para pior como quer o governo. Os números mostram que a ampla maioria (81%) quer o rebaixamento da idade mínima para a aposentadoria.
Até as emissoras da Rede Globo, que foram preteridas na campanha publicitária do governo, largaram de lado os fatos e a objetividade jornalística, decidiram fazer coro com o governo que os discriminou, na manipulação dos resultados da pesquisa.
A verdade é que 81% dos entrevistados pelo IBOPE disseram que os trabalhadores têm que se aposentar com 60 anos ou menos.
Apenas 6% acham que a idade para se aposentar deve que ser igual ou maior do que 65 anos, como quer o governo. E 13% admitem que a idade pode estar entre 61 e 64 anos.
Nada mais esclarecedor do que querem os brasileiros.
Vejam os dados:
Com 65 anos ou mais: 6%
Entre 61 e 64 anos: 13%
Entre 56 e 60 anos: 33%
Entre 51 e 55 anos: 25%
50 anos ou menos: 22%
Não sabe/não respondeu: 1%
Outra pergunta da pesquisa, que governo e mídia tentaram manipular, foi sobre a necessidade de estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria. A pergunta era se a pessoa era a favor ou contra o estabelecimento de uma idade mínima para a aposentadoria. A maior parte se disse favorável à idade mínima.
Concordam com a existência de idade mínima 72% e discordam 23%. Aí os governistas saíram badalando que a maioria era a favor da reforma de Bolsonaro porque apoiam a idade mínima.
Só que entre esses 72% que concordam que haja uma idade mínima, apenas 19% consideram que tem que ser acima dos 60 anos. Ou seja, mais uma evidência de que a proposta do governo é rejeitada pela ampla maioria da sociedade.
Os assaltantes da Previdência, chefiados por Paulo Guedes e Jair Bolsonaro, não esperavam por um resultado tão acachapante contra a sua proposta. Desconcertados com a opinião resoluta dos brasileiros contra a elevação da idade mínima para a aposentadoria [um dos objetivos centrais de seu plano de desmontar a Previdência Social], eles passaram a esconder os dados mais relevantes da enquete. Esconderam que 81% quer reduzir a idade mínima.
Se fixaram no dado que mostra que 59% dos entrevistados concordam que é preciso fazer uma reforma na Previdência. 36% são contra, 5% não sabem e 1% não concorda nem discorda. Entretanto, o que este resultado revela, e eles esconderam, é que a maioria da população (59%) não concorda com privilégios e quer mudanças.
Eles não concordam, por exemplo, com o caso do presidente Jair Bolsonaro. Ele se aposentou como militar com 33 anos e recebe uma aposentadoria de R$ 10 mil. Além disso, ele se aposentou também como deputado federal e recebe mais uma outra aposentadoria de R$ 27 mil.
Falam em combater privilégios e não mexem nos privilégios reais. O que eles fazem é atacar os direitos dos aposentados mais pobres. Dos R$1,2 trilhão que o governo quer saquear da Previdência em dez anos, R$ 807 bilhões sairão do Regime Geral da Previdência, onde estão os mais pobres, que recebem em média R$ 1,3 mil de benefício.
A manutenção desses privilégios é rejeitada pela maioria esmagadora da população. É óbvio que a maioria da população acha que a Previdência deve ser reformada. Ninguém é contra que se façam mudanças na Previdência Social para melhorá-la.
Mas, o que ficou claro nesta pesquisa é que a maioria absoluta (81%) quer que as mudanças sejam para melhor e não para pior como pretendem os bancos, a sua mídia e o governo Bolsonaro.
Os brasileiros não concordam com a proposta do governo de jogar a aposentadoria para as calendas gregas ou até mesmo para depois da morte. Eles (81% dos entrevistados) querem reduzir a idade para que o trabalhador possa usufruir o merecido descanso na velhice.
Portanto, a maioria que apoia mudanças na Previdência Social rejeita a proposta do governo.
O Ibope apurou também que, dentre os entrevistados, apenas 36% disseram conhecer a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo. Dentre esses 36% que disseram que conhecem a proposta, as opiniões sobre o projeto do governo são as seguintes: contra: 51% e 39% a favor. Ou seja, quem conhece a proposta do governo é contra a sua implementação.
64% dos entrevistados disseram que não sabem que o governo quer tirar dinheiro da Previdência Social e dificultar a aposentadoria. Quanto mais eles conhecem a proposta do Planalto mais gente fica contra.
Outros 59% dos brasileiros acham injusto que o tempo de contribuição não seja levado em conta para a aposentadoria. Eles consideram que se aposentar mais cedo não deve significar receber menos que aqueles que se aposentam mais tarde, desde que tenham contribuído pelo tempo necessário.
Leia aqui a íntegra da Pesquisa
Eu acho, q o governo ta certo, a população ta envelhecendo demais, do jeito q ta indo, daqui uns 20 , 30 anos vai ser velho sustentando velhos, é q o povo esquece q são os jovens q sustenta os velhos e tenho dito.
Você acha, então, que a solução é matar os idosos de fome. Hum… Mas não é preciso, leitor: essas projeções demográficas, onde, no futuro, só existirão velhos na população (ou algo semelhante), são inteiramente inventadas.
André, pense em uma empresa de transporte de passageiros (ônibus ou metrô, por exemplo) que oferece aos usuários a opção de comprar passagens eletrônicas, ou seja, aqueles cartões. Quando alguém compra uma passagem, a empresa credita o passe no cartão (o cartão é basicamente uma conta). Quando o passageiro passa o cartão na maquininha, a empresa debita o passe. De onde vêm esses créditos? É possível que a administradora do cartão fique sem créditos? A empresa precisa resgatar passagens eletrônicas antes de poder vendê-las a novos passageiros? De alguma forma as passagens debitadas passam para outros passageiros? Se a empresa vender mais créditos do que resgata, ela pode quebrar?
A empresa não pode quebrar porque esses créditos não vem de lugar nenhum, eles são criados. A empresa não pode ficar sem créditos. Ela não precisa resgatar as passagens para vendê-las novamente.
Agora imagine alguém criticando a empresa por vender mais passagens do que resgata. Dizendo que é necessário haver um equilíbrio entre passagens vendidas e resgatadas. O que você pensaria dessa pessoa?
O Governo Federal funciona exatamente da mesma forma. A Previdência não vai quebrar, pois nunca vai faltar dinheiro. Os jovens não sustentam os aposentados. Os gastos do Governo não são financiados por impostos. Os tributos (como impostos e contribuições sociais) só retiram de circulação dinheiro que já foi gasto pelo governo.