Milhares de iemenitas repudiaram nas ruas da capital, Sanaa, e de outras cidades do país, na segunda-feira (25) o rótulo infame de “terrorista”, pespegado pelo secretário de Estado Mike Pompeo, no apagar das luzes do governo Trump, ao movimento Houthi, que encabeça a luta contra a agressão saudita, e instaram o novo governo Biden a revogá-lo.
REPÚDIO INTERNACIONAL À AGRESSÃO AO POVO DO IÊMEN
Os protestos integraram o Dia Internacional contra a Guerra no Iêmen, e ocorreram atos nos EUA, Reino Unido, Alemanha, Suécia, França, Países Baixos, Bélgica e Itália.
Os manifestantes denunciaram, ainda, os crimes de guerra sauditas, cometidos sob guarida de Washington e Londres, e sublinharam que o movimento Ansarullah, ou “Houthi”, é «uma parte inseparável do Iêmen, determinada a defender o país da agressão saudita».
Em declarações ao portal Al Mayadeen, Muhammad al Bukhaiti, dirigente do movimento Ansarullah, disse que a decisão de Washington visa «aterrorizar os iemenitas», mas destacou que «essa tentativa de pressão não dará frutos». «Terrorismo real» – enfatizou – é bloquear portos e aeroportos, como está fazendo a coligação norte-americana-saudita.
Mais de 300 organizações humanitárias e em prol da paz pediram o fim da guerra saudita contra o Iêmen, iniciada há quase seis anos.
Segundo a declaração, apesar da crise humanitária e da pandemia de Covid-19, a Arábia Saudita prossegue a escalada da guerra e aperta o bloqueio ao Iêmen. «A guerra só é possível porque os países ocidentais – e os Estados Unidos e o Reino Unido em particular – continuam a armar a Arábia Saudita e a fornecer apoio militar, político e logístico à guerra», adverte o documento.
Os signatários exigem que se «pare a agressão externa ao Iêmen, a venda de armas e o apoio militar à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos”; seja “levantado o bloqueio ao Iêmen e abertos todos os portos e aeroportos”; e que seja restaurada e expandida a “ajuda humanitária ao povo iemenita».