“A investigação conduzida pelo ministro Celso de Mello com certeza trará os resultados que a sociedade espera”, acrescentou o presidente da Câmara
O deputado Rodrigo Maia (Dem-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (27), que tem mantido um certo silêncio sobre os últimos acontecimentos e que aproveitou esse silêncio para refletir bastante sobre a gravidade da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
Ele defendeu que o parlamento brasileiro “deve seguir trabalhando para reduzir os danos à vida, ao emprego e à renda das pessoas que estão sofrendo as consequências dramáticas dessa crise”. Segundo Maia, projeções apontam para perdas que podem chegar a 10% da atividade econômica em 2020.
Questionado sobre o grande número de pedidos de impeachment que foram protocolados na Câmara nos últimos dias, Rodrigo Maia disse que ele, como juiz, não vai “comentar esse tipo de assunto”.
“Não é hora de açodamento” afirmou. Sobre as denúncias feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro, de que Jair Bolsonaro estaria tentando interferir em investigações da Polícia Federal para proteger os filhos, Maia destacou que “o procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu um inquérito e uma investigação que certamente vai chegar a algum resultado”.
Assista a entrevista do presidente da Câmara
O inquérito “chegará a um resultado sobre o que disse o ministro Moro e o que disse o presidente da República”, observou Maia, ressaltando que “tudo isso é muito ruim porque amplia os problemas que nós já estamos vivendo, mas, já aconteceu, já há essa investigação e, certamente, conduzida pelo ministro Celso de Mello, ela trará os resultados que a sociedade espera.”
O deputado disse que “as crises dentro do governo têm pressionado muito a sociedade”. Segundo ele, “a saída de dois ministros que têm um grande apoio na sociedade [Mandetta e Moro] provocam muitas críticas ao governo”.
Ele disse que devemos tratar os conflitos políticos, dos ataques muito fortes das redes sociais que estamos sofrendo, mas sem esquecer da prioridade que é o combate ao coronavírus, que esta levado à morte milhares de pessoas e conduzindo o sistema público de saúde ao colapso. “Precisamos agir com rapidez”, alertou.
Maia destacou a importância do auxílio emergencial, lembrando que “foi a atuação do parlamento que chegou a esse resultado”. “Vamos lembrar que a proposta inicial do governo era de R$ 200 e nós conseguimos alterar para R$ 600. Isso foi um trabalho construído pelo parlamento brasileiro”, salientou.
Rodrigo Maia lembrou ainda que espera a aprovação da ajuda emergencial a estados e municípios porque, segundo ele, as perdas de arrecadação serão enormes. “Não podemos nem pensar numa situação em que falte recurso para pagar salários de médicos, enfermeiros, área de segurança pública, serviço social, etc, em, plena pandemia”, disse o deputado.