O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prometeu punir criminalmente quem tentar invadir hospitais no estado, incluindo deputados estaduais. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa realizada nesta, segunda-feira, 15.
“Lamentavelmente, uma figura da República incitou outras invasões”, disse o governador, em referência ao discurso de Bolsonaro. “Quero dizer que invadir é crime e agredir é crime. Se houver qualquer outra tentativa de invasão de hospitais, sejam de campanha ou de qualquer outra natureza, a segurança pública saberá agir. E também faremos a criminalização desses invasores, parlamentares ou não”, salientou o governador.
No último dia 4, um grupo de deputados estaduais tentou entrar no Hospital de Campanha do Anhembi sem autorização gerando tumulto. Entre os parlamentares estavam Adriana Borgo (Pros), Marcio Nakashima (PDT), Leticia Aguiar (PSL), Coronel Telhada (PP) e Sargento Neri (Avante).
“Se voltarem a tentar invadir, receberão o tratamento como invasores, inclusive criminalmente”, afirmou Doria.
Durante a coletiva, o governador ainda manifestou apoio ao Supremo Tribunal Federal que, no final de semana, foi alvo de protestos bolsonaristas. “O Brasil não vai virar uma ditadura fascista”, disse Doria.
O governo ainda apontou na coletiva, a redução no número de novos óbitos semanais desde o início da pandemia. Pela primeira vez, o total de novos óbitos por semana epidemiológica foi menor do que o número da semana anterior. De 31 de maio a 6 de junho, morreram 1.526 pessoas no estado. De 7 de junho a 13 de junho, foram 1.523. Esse número cresceu durante todas as semanas desde março.
“Esse número de óbitos está chegando numa estabilização e esperamos que ele comece a cair. Isso apesar do número de casos vir aumentando porque estamos testando mais. Mostrando que temos uma certa segurança para implementar as medidas que estão sendo implementadas”, afirmou Carlos Carvalho, coordenador do comitê de combate à Covid-19.
São 181.460 casos confirmados e 10.767 óbitos desde a chegada do novo coronavírus em São Paulo. São Paulo tem nesta segunda-feira, 5.309 pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e 8.018 pessoas internadas em enfermarias, segundo dados do governo do Estado.
VACINA
João Doria afirmou que espera ter até junho de 2021 concluído a fase de testes da vacina contra o novo coronavírus que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac Biotech, de Pequim, na China. De acordo com o governador, nove mil pacientes voluntários participarão da nova fase de testes que se inicia dentro de três semanas.
Segundo Doria, ao término do desenvolvimento, a vacina será cedida ao SUS (Sistema Único de Saúde) para distribuição gratuita. “Serão milhões de doses para atender os brasileiros de São Paulo e de todo o país”, disse.
VIOLÊNCIA POLICIAL
O governador de São Paulo garantiu que os policiais afastados de suas funções desde o último sábado, por terem sido flagrados, em vídeo, agredindo um morador de Barueri e outro do Jaçanã, na capital, serão julgados criminalmente e pela Corregedoria da corporação.
“O governo de São Paulo não aceita violência policial de nenhuma espécie, sob nenhuma justificativa e nenhuma condição. Não há nenhuma condescendência do governo do Estado. Os que cometerem equívocos, falhas, erros, terão o devido julgamento, além do afastamento imediato”, afirmou, em entrevista coletiva. “Poucos não vão comprometer o comportamento de muitos”, completou.
O secretário estadual de Segurança Pública, General Santos, também falou sobre os episódios e reforçou que “não há nenhuma complacência com erro”. “Condenamos e reprovados os atos. Policiais foram imediatamente afastados e no sábado já estavam sendo ouvidos. Temos corregedorias fortes, tanto na Polícia Militar quanto na Polícia Civil. Inquéritos estão em curso, acompanhados por elas, e nas delegacias”, detalhou.