Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que o Brasil está atrás da média global em número de servidores públicos. Países como Estados Unidos, França, Chile, Argentina, Canadá, Noruega, Suécia, África do Sul, Uruguai e Austrália, entre outros, têm mais trabalhadores atuando no setor público, desfazendo o mito de que o estado brasileiro é inchado.
Como afirma o pesquisador Felix Lopez, “é um verdadeiro mito essa concepção de explosão na força de trabalho do serviço público no Brasil. Uma simples comparação internacional mostra isso”, diz ele, que é um dos coordenadores da plataforma do Ipea, Atlas do Estado Brasileiro.
“Há uma postura simplista e generalizada da elite brasileira de sempre achar que o Estado é grande demais. Criou-se, assim, um consenso, que é falso, de que há um excesso generalizado de funcionários públicos”, afirmou o pesquisador. “No entanto, há instituições de respeito que estão altamente deficitárias em termos de volume de pessoal”.
Segundo a pesquisa, na média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os funcionários públicos são 23,48% do total de trabalhadores, enquanto no Brasil, dos 91 milhões de trabalhadores, 11,3 milhões estão no setor público, representando 12,45% do total.
Os dados mostram que o Brasil fica atrás mesmo dos Estados Unidos, onde 13,55% dos trabalhadores estão no setor público, e também do Chile, país que nos últimos anos realizou reformas neoliberais e o desmonte do estado. No país vizinho, a percentagem de funcionários públicos ainda é maior que no Brasil, com 13,10% dos trabalhadores atuando no serviço público.