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Jair Bolsonaro saiu em defesa dos empresários que defenderam um golpe de Estado em mensagens trocadas no Whatsapp e chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) de “vagabundo” por autorizar investigações contra eles.
“Os empresários estavam privadamente discutindo um assunto que não interessa qual seja o assunto”, falou Bolsonaro em evento em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
“Eu posso muito bem pegar meia dúzia aqui e falar em um canto o que bem entender. Não é porque tem um vagabundo ouvindo atrás da árvore a nossa conversa, que vai querer roubar a nossa liberdade”, continuou.
Para Jair Bolsonaro, “mais vagabundo do que quem está ouvindo a conversa, é quem dá a canetada após ouvir o que ouviu esse vagabundo”.
No dia 23 de agosto, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra oito empresários que apregoaram golpe de Estado por Jair Bolsonaro em mensagens no Whatsapp.
A operação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, que reúne mais de 200 entidades, apresentou uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o grupo de empresários bolsonaristas.
Para a Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, os empresários golpistas “pregam de maneira direta o afastamento da Democracia representativa, com o retorno do Estado de Exceção, deixando de reconhecer o resultado das eleições livres e diretas que serão realizadas em outubro próximo”.
As entidades também pediram a quebra dos sigilos telefônicos e telemáticos dos empresários e que seja investigada a sua participação e possível financiamento dos atos golpistas do 7 de setembro.
Os empresários foram flagrados pelo jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, conversando sobre o apoio a um golpe de Estado caso Lula seja eleito sobre Jair Bolsonaro.
José Koury, dono do shopping Barra World, no Rio de Janeiro, afirmou que prefere um “golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”.
O bolsonarista Ivan Wrobel, da Construtora W3, falou: “O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro.
Luiz André Tissot, do Grupo Sierra, falou que o golpe de estado deveria “ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”. Meyer Nigri, da Tecnisa, disse: “O STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil”.
Em documento, o ministro Alexandre de Moraes apontou que as mensagens golpistas trocadas pelos empresários se assemelham aos casos investigados nesses dois inquéritos, “notadamente pela grande capacidade socioeconômica do grupo investigado, a revelar o potencial de financiamento de atividades digitais ilícitas e incitação à prática de atos antidemocráticos”.
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