Os sigilos fiscal e bancário da ex-esposa de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, também foram quebrados no inquérito que investiga o crime de “rachadinha” e a presença de funcionários fantasmas no gabinete de Carlos Bolsonaro (Republicanos) na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.
Ana Cristina foi empregada no gabinete de Carlos Bolsonaro. Ela é mãe do irmão mais novo de Carlos, Jair Renan Bolsonaro.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro quebrou os sigilos fiscal e bancário do vereador Carlos Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle e outras 25 pessoas, possivelmente envolvidas no esquema criminoso de rachadinha.
Rachadinha é como é conhecido o esquema em que um parlamentar recolhe parte dos salários de seus funcionários, que podem ou não ser fantasmas, para enriquecimento próprio.
Seus irmãos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, e até seu pai, Jair Bolsonaro, também praticavam a rachadinha em seus gabinetes.
Em um áudio vazado, Andrea Siqueira Valle, que é irmã de Ana Cristina Siqueira Valle, confirma a existência do esquema de rachadinha no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro.
Andrea relata que seu outro irmão, André, que era assessor de Jair, foi pressionado e demitido porque devolvia para o esquema de rachadinha um valor inferior ao “combinado”.
Andréa disse que participou do esquema criminoso no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). “Eu ficava com mil e pouco e ele ficava com sete mil reais”, relatou.
A ex-esposa de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, se mudou com o filho, Jair Renan, para uma mansão de R$ 3,2 milhões no Lago Sul, em Brasília.
A casa conta com quatro suítes, uma suíte master com 100 m², piscina com 50m² e área de lazer, que totalizam 800 m². Antes, eles moravam em um apartamento de 70m² em Resende, no Rio de Janeiro.
O aluguel médio no novo bairro do filho de Jair Bolsonaro é R$ 14 mil, mas Jair Renan e Ana Cristina Siqueira Valle conseguiram a mansão por R$ 8 mil mensais.
Jair Renan se tornou “empresário” durante o governo de seu pai, recebendo doações de empresas que foram favorecidas com contatos dentro do governo federal. A Polícia Federal está investigando o crime de tráfico de influência.
Ele também recebeu ajuda do lobista da Precisa Medicamentos, Marconny Albernaz de Faria, que está envolvido no esquema de corrupção para vender doses da vacina Covaxin para o Ministério da Saúde.
Em setembro de 2020, os dois estavam trocando mensagens. Marconny disse a Jair Renan: “Bora resolver as questões dos seus contratos!! Se preocupe com isso. Como te falei, eu e o William estamos à sua disposição para te ajudar”.